A edição de hoje
Vizinho testemunhou maus-tratos do oficial de justiça.
Os vizinhos de Vítor Soares, o oficial de justiça do Porto que está acusado de maltratar o pai e a tia, presenciaram alguns episódios de violência física e psicológica. Sabiam que os idosos, ele com 86 e ela com 87, eram privados de alimentação. "Nunca jantavam e havia dias em que nem comiam nada. O senhor começou a roubar fruta nas mercearias para não morrer à fome. As pessoas já tinham tanta pena dele que nem diziam nada", contou ao CM um vizinho da família.
O homem acabou por morrer no Hospital de São João, no Porto, onde deu entrada, em fevereiro deste ano, em estado de hipotermia. Estava subnutrido e desidratado. A acusação do Ministério Público não conseguiu fazer uma ligação entre os maus-tratos e a morte, pois o idoso tinha Alzheimer e dias antes tinha sofrido uma queda. As duas vítimas passavam frio, não tomavam medicação e andavam sujas de fezes e urina.
Segundo a mesma testemunha, que tinha uma relação de proximidade com a família, o oficial de justiça chegou a trancar o pai e a tia às escuras na casa onde viviam, na zona de Campanhã, no Porto. "Já não via o senhor há dois dias. Entretanto um familiar entrou na casa, que já não tinha luz, e encontrou-o amarrado à cama para que não se mexesse. Estava todo sujo. A tia também estava muito assustada", recordou o vizinho.
Vítor, que trabalha na Unidade de Serviço Externo da Comarca do Porto, foi viver para a casa da família em 2013, após o divórcio. Foi nessa altura que começaram os maus- -tratos. "Ele começou a beber muito, andava quase todos os dias alcoolizado e chegou a cair duas vezes em casa", disse o vizinho.
O CM tentou contactar Vítor, mas fonte próxima garantiu que aquele não quer falar do caso.
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