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Amigo, avó e neta morrem em colisão com comboio durante manobra proibida

Condutor, de 71 anos, contornou barreiras de segurança e o carro foi colhido por comboio.

20 de junho de 2019 às 01:30
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Avós e neta de 10 anos morrem em colisão de carro com comboio em Barcelos

Ernesto Rocha, de 71 anos, não quis esperar que o comboio passasse. E decidiu contornar a barreira de segurança da passagem de nível em Carapeços, Barcelos.

Eram 09h40, esta quarta-feira, quando o Ford Fiesta que conduzia foi abalroado pelo comboio que fazia a ligação entre Viana do Castelo e Porto e projetado contra um muro da berma da linha do Minho.

No carro seguiam ainda Gracinda Fernandes, 65 anos, e a neta, Luana Rodrigues, de 10. Os três ocupantes tiveram morte imediata. Os corpos tiveram de ser desencarcerados.

"Um condutor ainda gritou para ele não passar a barreira, mas já não foi a tempo. O embate fez um barulho enorme e um senhor que foi lá ver disse logo que estavam três pessoas mortas", relatava, ainda em choque, Manuel Duarte, que assistiu ao violento acidente.

Ernesto Rocha foi buscar a amiga Gracinda a Arcozelo, em Ponte de Lima, onde vivia com a neta e a filha. Dirigiam-se para Barcelos pela EN204.

"Ouvi um carro a buzinar e era o senhor à porta de casa da dona Gracinda. Quando saí de casa, ele ainda estava no carro à espera dela. Esse senhor costuma vir cá com alguma frequência", disse ao CM um vizinho de Gracinda Fernandes, que viveu muitos anos em França, mas voltou para Ponte de Lima há cerca de 20 anos.

Esta quarta-feira, Jeanine Fernandes, que perdeu a filha e a mãe no violento acidente, estava resguardada em casa, em choque com a tragédia. O pai da menina trabalha em França.

Ernesto Rocha estava divorciado e vivia sozinho na Areosa, em Viana do Castelo. A única filha que tem vive em França.

Os trabalhos de desencarceramento dos corpos foram demorados e os cadáveres foram transportados no final da manhã de esta quarta-feira para o Gabinete Médico-Legal de Braga. Os funerais das vítimas não estão ainda agendados.

"Não tive coragem de ver"

A testemunha, que trabalhava numa moradia junto à passagem de caminho de ferro onde três pessoas morreram, esta quarta-feira de manhã, em Carapeços, Barcelos, diz ter ficado em choque. "Não tive sequer coragem para ir lá ver", disse, transtornado.

Manuel Duarte garante que as barreiras de segurança estavam fechadas e que havia um carro parado na estrada. "O condutor ainda berrou para o homem não passar, mas não adiantou", contou.

Ao ver o amontoado de ferros em que o carro se transformou, Manuel nem se aproximou, "descreveram um cenário de horror, prefiro nem ver".

"Corpos estavam encarcerados"

"Quando chegámos, as vítimas eram todas cadáveres. Já não havia nada a fazer e os óbitos foram declarados no local. Estavam encarceradas e os trabalhos de retirada foram complicados devido ao estado do carro", disse José Simões.

"Maquinista não teve tempo de evitar"

PORMENORES

Passageiros assustados

No interior do comboio seguiam vários passageiros que, apesar de assustados com o violento embate, não sofreram ferimentos. O comboio seguiu viagem para o Porto.

Amigos Chocados

Luana Rodrigues, de 10 anos, frequentava o 5º ano na escola de Arcozelo, em Ponte de Lima, e ficou de férias na última sexta-feira. Os colegas de turma estavam esta quarta-feira chocados com a morte da menina.

Pai vive em França

Os pais de Luana separaram-se há cerca de cinco anos, mas a menina ficou a viver com a mãe e a avó. O progenitor vem com frequência a Portugal visitar a filha e esta quarta-feira viajou para Ponte de Lima.

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