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Diretor-geral da BBC e diretora da BBC News demitem-se após polémica com edição de partes de discurso de Donald Trump

Em causa está a junção de duas partes do discurso do presidente norte-americano, relacionado com o ataque ao Capitólio, com mais de cinquenta minutos de diferença.

09 de novembro de 2025 às 19:45

O diretor-geral da BBC, Tim Davie, e a diretora-executiva da BBC News, Deborah Turness, renunciaram ao cargo após acusações de deturpação de um discurso de Donald Trump no Capitólio, a 6 de janeiro de 2021, assim como de "parcialidade grave e sistémica" na cobertura jornalística. As demissões acontecem depois de o jornal The Telegraph ter publicado um memorando interno da BBC, em que se refere que o programa editou duas partes do discurso do presidente norte-americano, adianta a própria BBC News.

A edição do discurso, transmitido num episódio do programa Panorama, induzia o público "a acreditar que o presidente tinha apelado à insurreição e luta", aponta o operador de serviço público britânico.

"Esta é uma decisão inteiramente minha e continuo muito grato ao Presidente e ao Conselho pelo seu apoio inabalável e unânime durante todo o meu mandato, incluindo nos últimos dias", referiu Davie num comunicado divulgado. O diretor-geral aponta ainda que tem vindo a "refletir sobre as intensas exigências pessoais e profissionais de gerir" o cargo que ocupava, "ao longo de muitos anos" e "nestes tempos conturbados". 

Em causa estão as declarações do presidente Trump em que, durante o discurso, Trump refere: "Vamos caminhar até ao Capitólio e vamos aplaudir os nossos bravos senadores e congressistas". No entanto, na edição do programa, Trump aparece depois de terem sido juntadas duas partes do discurso com "mais de 50 minutos de diferença", escreve a BBC News, este domingo.

"Vamos caminhar até o Capitólio... e eu estarei lá. E lutaremos. Lutaremos como se não houvesse amanhã", mostrou a edição.

A diretora-executiva referiu que a polémica "chegou a um ponto em que está a causar danos à BBC", acrescentando que a "responsabilidade final" é da própria. 

A Comissão para a Cultura e Media do Reino Unido já tinha dado um prazo até segunda-feira para que a BBC respondesse às alegações sobre a edição em causa. 

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