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"Nunca um Corpo de Bombeiros fez tantos partos na história em Portugal": caos na Saúde é relatado na imprensa espanhola

Bombeiros da Moita já realizaram 15 partos este ano, perante o encerramento das urgências de obstetrícia pelo País.

09 de novembro de 2025 às 19:12

O caos na Saúde espelhado pelo aumento do número de partos feitos em ambulância em Portugal foi relatado pela imprensa espanhola. Os Bombeiros da Moita foram a cara para a notícia, tendo a equipa já realizado 15 partos só num ano, perante o encerramento das urgências de obstetrícia pelo País. "O que bombeiros como Medina e Rodrigues querem é apagar fogos", mas o que fazem "cada vez com mais frequência é prestar auxílio em partos em ambulâncias", escreve o El País.

"Nunca um corpo de bombeiros fez tantos partos na história em Portugal", apontou o comandante da Moita, Pedro Ferreira. 

O último parto realizado pelos elementos da corporação de Bombeiros da Moita foi a 6 de outubro, numa área de serviço na Autoestrada 33. A grávida e os Bombeiros estavam a caminho do hospital de Setúbal, mas não conseguiram chegar a tempo". "A vida não espera", relata o comandante Pedro Ferreira ao jornal espanhol. A mãe, Maria, e o bebé com o nome Nariel, acabaram por ficar bem, mas o parto foi feito sem apoio da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), como relatou a equipa numa publicação à data feita nas redes sociais. 

Os partos feitos em ambulância são uma situação cada vez mais recorrente na margem sul do Tejo, com a urgência do Barreiro encerrada quase todos os fins de semana. A ministra da Saúde já veio adiantar que já foram registados cerca de 150 partos em ambiente extra-hospitalar, em ambulâncias, na rua ou em casa.

O jornal espanhol escreve que "dia sim, dia sim" é pedida a demissão de Ana Paula Martins, fazendo ainda referência ao caso da grávida guineense de 36 anos que morreu no hospital Amadora-Sintra, assim como o bebé. O caso remonta ao passado dia 29 de outubro, quando a mãe, seguida no SNS desde as 20 semanas da gravidez, se deslocou ao serviço hospitalar para uma consulta de rotina e onde lhe foi diagnosticada uma hipertensão ligeira. Depois de voltar a casa com uma nova consulta marcada, Umo Candi voltou ao hospital dois dias depois, em paragem cardiorrespiratória. O bebé ainda foi extraído de emergência, mas também não sobreviveu.

Paulo Medina, outro elemento da corporação de Bombeiros da Moita, refere "ficar feliz" por saber que ajudou a "trazer bebés ao mundo", mas que esta é uma das coisas que "prefere que não aconteçam". "Se nos hospitais as coisas correm mal, dentro de uma ambulância tudo se reúne para piorar mais a situação", admite ao El País.

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