Manifesto pede aos líderes políticos a "criação de rotas legais e seguras, a partilha de responsabilidades no acolhimento entre todos os Estados europeus.
A Amnistia Internacional organiza este domingo uma vigília em Lisboa, à beira Tejo, junto à praça Europa, local simbólico para aludir às "portas da Europa', onde pretende chamar a atenção, incluindo do primeiro-ministro, para os problemas de acolhimento dos refugiados.
No Dia Mundial do Refugiado, que este domingo se assinala, a vigília que decorre entre as 21h00 e as 22h30, numa iniciativa durante a qual pretende entregar o manifesto 'Eu Acolho' com mais de 15 mil assinaturas ao primeiro-ministro, António Costa, convidado a estar presente pela organização, assim como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e os vários grupos parlamentares.
O manifesto pede aos líderes políticos a "criação de rotas legais e seguras, a partilha de responsabilidades no acolhimento entre todos os Estados europeus e o desenvolvimento de mecanismos que garantam um melhor acolhimento e integração dos refugiados".
"Em Portugal, este manifesto é dirigido a António Costa, primeiro-ministro do país, instando a que sejam tomadas medidas que facilitem a integração e autonomia dos refugiados em território nacional, e que a sua influência seja utilizada para construir este caminho junto da União Europeia (UE), da CPLP e das Nações Unidas", lê-se num comunicado do organismo.
Na vigília foram também convidados a estar presentes pessoas refugiadas a viver em Portugal, para contarem as suas histórias, e representantes da sociedade civil que trabalham no acolhimento e integração destas pessoas.
"A vigília tem lugar às portas da Praça da Europa, junto às águas do rio Tejo, num paralelismo simbólico com as milhares de pessoas refugiadas que permanecem às portas da Europa, junto ao Mar Mediterrâneo. Outro elemento metafórico nesta praça é a obra de "artivismo" de dois irmãos iranianos, uma bandeira da UE feita em aço e arame farpado, materiais que lembram as barreiras físicas com que os refugiados se deparam quando chegam ao continente europeu, mas que é também um símbolo de esperança para todos aqueles que aqui procuram asilo", refere a Amnistia Internacional (AI) em comunicado.
A iniciativa pretende alertar para as falhas da Europa em conceder segurança aos refugiados que aí a procuram, sendo "necessário criar mais pontes e derrubar os muros de ódio, preconceito e de obstáculos burocráticos", defende a AI.
Também hoje, na praça Luís de Camões em Lisboa e na avenida dos Aliados no Porto, os coletivos HuBB - Humans Before Borders, HOM - Humanity on the Move, Meeru - Abrir Caminho e Refugees Welcome Porto organizam um memorial para "recordar as milhares de pessoas que morrem a tentar chegar à Europa".
No memorial, serão lidos os nomes das pessoas que morreram nas fronteiras europeias nos últimos anos, para alertar que "não são apenas um número".
O memorial, dizem os coletivos, servem não só para recordar mas também incentivar a ação, "condenando as múltiplas violações de direitos humanos nas rotas de migração e nos campos de refugiados europeus e exigindo que a União Europeia crie políticas migratórias que assegurem o direito à migração e a proteção da vida humana".
A propósito dos 20 anos do Dia Mundial do Refugiado, também a Caritas Europa pede aos decisores políticos para "repensar a sua indiferença" e para que adotem uma atitude no sentido de proteger, acolher e integrar os refugiados.
O apelo surge numa altura em que a Caritas Europa está a promover o documentário "The Game: Fortaleza da Europa", produzido em parceria com a emissora nacional da Eslovénia e que denuncia "histórias chocantes e tocantes de pessoas, incluindo famílias e crianças, que foram violentamente e repetidamente empurradas pela polícia e forças fronteiriças entre a Croácia e a Bósnia e Herzegovina".
"O filme documenta a violência sistemática e a humilhação para prevenir que se ultrapasse a fronteira, incluindo despir os migrantes, deixando-os nus e abandonados na floresta, agressões e tortura, ataques de cães, destruição e roubo, como por exemplo de telemóveis e dinheiro. Milhares de migrantes em situações desesperantes estão a pernoitar em edifícios abandonados, na floresta ou nas ruas da Bósnia e Herzegovina. Arriscam inclusivamente a morte devido a engenhos explosivos, deixados para trás desde o conflito dos anos 90 do qual a Bósnia Herzegovina ainda está a recuperar", referem em comunicado.
No documento sublinham que a Rota dos Balcãs não é "um caso isolado".
"Todos os dias, pessoas - incluindo crianças e bebés - morrem em frente aos nossos olhos com relativa indiferença, quando tentam chegar à Europa. Em 2021, já desapareceram mais de 800 pessoas no mar Mediterrâneo, e mais de 10.000 foram intercetadas e devolvidas à Líbia, onde um terrível sofrimento as aguarda", lê-se no comunicado que recorda que os países desenvolvidos apenas acolhem 15% dos refugiados em todo o mundo e que delegam essa responsabilidade em países terceiros, apesar de terem uma maior capacidade de acolhimento.
Este domingo, a Cáritas Portuguesa assinala também a chegada ao fim da campanha impulsionada pelo Papa Francisco, "Partilhar a Viagem", que pretendia aproximar em todo o mundo comunidades locais, migrantes e refugiados.
"Para assinalar o encerramento da campanha, simbolicamente, a Cáritas convida a acender uma vela e deixar uma mensagem de esperança, lembrando que cada pessoa que sai do seu país tem uma motivação que em muitas situações o ultrapassa e que o acolhimento deve ser o primeiro gesto de quem o recebe", apela a organização em comunicado.
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