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Ano de 2025 é o terceiro pior de sempre em área ardida até 31 de agosto

Análise refere que deflagraram 7.046 fogos que consumiram 254 mil hectares de área.

03 de setembro de 2025 às 19:12

O ano de 2025 é o terceiro pior de sempre em termos de área ardida até 31 de agosto, indica o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), avançando que 17% dos grandes incêndios começaram à noite.

Uma análise preliminar aos incêndios de 2025, referente ao período de 1 de janeiro a 31 de agosto, a que a agência Lusa teve acesso, refere que deflagraram 7.046 fogos que consumiram 254 mil hectares de área.

"Até 31 de agosto, embora o número de incêndios se mantenha significativamente abaixo da média histórica, tal como nos últimos anos, 2025 regista-se como um dos três piores anos de sempre em termos de área ardida", precisa a análise feita pelo SGIFR, da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).

Os anos com área ardida superior, até 31 de agosto, são 2003 (421 mil) e 2005 (308 mil) embora o ano mais trágico de sempre seja 2017, quando contabilizados os incêndios de outubro.

A análise dá também conta que as regiões do norte e centro são as mais afetadas e o incêndio de Arganil, que começou em 13 de agosto e durou 11 dias, foi o que registou maior área ardida, um total de 65.417 hectares, seguido do fogo em Trancoso, com 55 mil hectares.

Segundo o documento, este ano ocorreram 35 grandes incêndios, com mais de 500 hectares de área ardida, 18 dos quais deflagraram no Norte, 12 no Centro e cinco no Alentejo, e representam "apenas 0,5%" do total dos fogos, mas 92% do total da área ardida.

O Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais sublinha que seis destes grandes incêndios (17%) começaram com uma ignição noturna, entra as 22:00 e as 06:00.

A análise preliminar indica igualmente que a área afetada é maioritariamente mato, herbáceas e vegetação esparsa (69%), seguido de florestas (22%) e as áreas agrícolas (9%).

Os dados revelam que as áreas ardidas incidem sobre áreas de gestão privada, enquanto nas áreas com gestão de perímetros florestais, Zonas de Intervenção Florestal (ZIFs) e Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGPs) arderam 94 mil hectares em 2025 (4%).

De acordo com o documento, as emissões de carbono decorrentes dos incêndios deste ano "são bastante significativas -- 3.3 milhões de toneladas". Em comparação, as emissões nacionais totais rondam os 15 milhões de toneladas por ano.

"Até 31 de agosto, 2025 é o terceiro ano (ex-áqueo) com maior número de dias de perigo meteorológico de incêndio nas duas classes mais elevadas ('Extremo' e 'Excecional'). Agosto de 2025 foi o mais severo desde 2003, registando um longo período de dias consecutivos com condições meteorológicas propícias à ocorrência de grandes incêndios", refere ainda a análise.

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