Condutores apanhados no IC8 pelas chamas tentaram passar barreiras utilizando percursos alternativos.
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A madrugada de domingo no IC8 foi um verdadeiro inferno. Centenas de automobilistas tentaram passar as barreiras utilizando percursos alternativos. Naquela que ficará conhecida com a estrada da morte (EN236) morreram 47 pessoas, 30 dentro dos carros e 17 no exterior. Pelo menos quatro perderam a vida em estradas paralelas ao IC8. "Ainda estive para me aventurar e seguir estradas que a GNR não conhecia. Mas não o fiz", dizia ao CM um dos muitos automobilistas que na madrugada de domingo se mantinham impacientes em pleno IC8 à espera que as vias fossem reabertas.
As chamas alastraram em poucos minutos, galgaram a serra, aproximaram-se dos carros. O fumo intenso levou a que muitos fugissem a pé. Alguns foram atropelados.
"Foram momentos de pânico e de terror", recordou o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que presenciou a aflição de muitas dezenas de pessoas a tentarem fugir de carro quando as chamas se aproximavam.
"É uma vergonha. Não consigo falar com a minha mãe. Quero saber se ela está bem e não me deixam passar", reclamava um jovem que apontava o dedo à falta dos meios aéreos. E à ausência de ajuda internacional que só chegou na manhã seguinte. "Como é que deixaram que isto acontecesse? Como foi possível?", perguntavam os familiares desesperados, numa altura em que o número de mortos não ultrapassava ainda as três dezenas.
Chegaram os meios aéreos de manhã, mas pouco ou nada fizeram. Era impossível lançar água para as chamas. O fumo denso impedia os pilotos de sobrevoarem a serra, havia como que uma parede a dar vantagem ao fogo.
As altas temperaturas que ontem continuaram a fazer-se sentir também não ajudaram.
Às três horas da madrugada, em pleno IC8, os termómetros marcavam 37 graus. O fumo já era denso, as faúlhas que caiam em forma de chuva toldavam a vista. Propiciavam desgraças.
"Vi relâmpagos brutais"
"A mãe natureza decidiu que quem manda é ela. Assisti a trovoadas secas com relâmpagos brutais a cair na floresta, ventos fortíssimos e sempre a mudar de direção e um tipo de nebulosidade que nunca tinha visto", começa por escrever João Silva dos Santos, avançando que o "combate aéreo nestas condições é extremamente difícil e perigoso" e que nunca tinha visto nada igual em 15 anos de carreira.
O piloto diz ainda que a "resposta dos meios de proteção civil foram os adequados e necessários, mas contra a mãe natureza é difícil ganhar".
João Silva dos Santos endereçou ainda os sentimentos às famílias das vítimas. Pouco depois de publicar o texto, partiu para mais uma missão.
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