Moradores pedem mais policiamento.
Várias dezenas de moradores da freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, participaram esta quinta-feira numa sessão pública para se queixarem do aumento da insegurança que se vive nesta zona do centro histórico da capital e pedir mais policiamento.
Assaltos a viaturas e a lojas, consumo de droga em plena luz do dia e agressões físicas foram algumas das situações relatadas por dezenas de pessoas que se juntaram esta tarde no Hotel Mundial, no Martim Moniz, para participar numa sessão pública de esclarecimento, promovida pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.
Presentes neste encontro estiveram também elementos da Polícia Municipal de Lisboa e o chefe de gabinete do vereador Ângelo Ferreira, responsável pelo pelouro da Segurança.
Na abertura da sessão, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), afirmou que a situação vivida na zona se tornou "insustentável" e que a autarquia sentiu necessidade de "dar voz" às queixas dos moradores.
"Isto não é contra ninguém. Isto não é um problema de etnias, de religiões. É um problema de todos. Esta sessão é para pedir ajuda. Não queremos transformar isto numa guerra ideológica", sublinhou, recusando qualquer associação com as questões de imigração.
Após a apresentação de um vídeo com algumas imagens a retratar situações de crime e violência, Miguel Coelho deu a palavra a vários moradores que corroboraram as preocupações do autarca.
"Já fui assaltada duas vezes e tivemos de pôr alarmes. Contactei as autoridades e dizem que nada pode ser feito. A minha filha é pequena e fica assustada. A insegurança é insustentável", queixou-se Maria João, moradora na Mouraria há 24 anos.
Outro morador queixou-se do consumo de droga "em plena luz do dia" e das seringas que "ficam espalhadas por todo o lado".
"Quando eu era pequeno andava na rua sozinho e hoje tenho de andar com os meus filhos para todo o lado", lamentou André Sousa.
Já Luísa Reis, que vive na Mouraria desde que nasceu, contou que tem "muito medo de sair à rua", queixando-se do barulho, dos assaltos e da prostituição.
"Os consumidores e os consumos aumentaram nestes últimos tempos. Eu creio que os moradores deste bairro se sentem sozinhos", afirmou Filipa Bolotinha, presidente da associação Renovar a Mouraria.
No final das intervenções, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior retomou a palavra para deixar algumas propostas à Câmara Municipal de Lisboa e ao Governo, no sentido de mitigar os problemas de insegurança.
A instalação de uma rede de videovigilância, o fim do licenciamento 0, a alteração dos horários dos estabelecimentos comerciais, a proibição da venda de álcool para a rua a partir das 21:00 e o categorização de Santa Maria Maior como uma zona crítica foram algumas das propostas elencadas pelo autarca.
"A segurança não pode ser tratada como uma estatística, mas sim como uma realidade. Santa Maria Maior não tem competências, daí deixarmos este apelo à Câmara de Lisboa e ao Governo", apontou.
Na quarta-feira, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a Câmara de Lisboa disse que foram disponibilizados "apenas 25 dos 200 elementos" pedidos pelo município para reforçar a Polícia Municipal, insistindo na necessidade de reforçar o número de agentes nas ruas da cidade, inclusive da PSP.
"A CML [Câmara Municipal de Lisboa] tem insistido, desde o primeiro dia [do atual mandato, iniciado em 18 de outubro de 2021], na necessidade de a Polícia Municipal de Lisboa ser reforçada com mais agentes -- tendo até ao momento chegado apenas 25 dos 200 elementos que têm vindo a ser pedidos -- e também de haver mais agentes da PSP [Polícia de Segurança Pública] nas ruas da cidade", informou a autarquia.
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