De acordo com o autarca, choveu "três vezes mais do que em 2000", ano em que o concelho já tinha enfrentado precipitação muito intensa.
O presidente da Câmara de Abrantes afirmou esta terça-feira que a depressão Cláudia provocou danos "muito significativos" no concelho e fez cair o maior volume de chuva dos últimos 25 anos, estando a ser avaliados os prejuízos e necessidades de apoio.
"A pluviosidade caiu de forma absolutamente excessiva e deixou muitos estragos em habitações, infraestruturas e vias", disse esta terça-feira à Lusa Manuel Jorge Valamatos, sublinhando que a zona norte do concelho foi a mais afetada em três dias de chuva intensa que afetou todo o país.
O concelho de Abrantes, no distrito de Santarém, registou, entre 13 e 15 de novembro, dezenas de ocorrências provocadas pela depressão Cláudia, incluindo inundações, derrocadas, quedas de árvores e danos estruturais em infraestruturas, segundo o balanço feito esta terça-feira pelo presidente da Câmara Municipal.
De acordo com o autarca, choveu "três vezes mais do que em 2000", ano em que o concelho já tinha enfrentado precipitação muito intensa.
"A percentagem de pluviosidade que caiu no nosso território foi absolutamente excessiva, sobretudo na zona norte", afirmou, apontando as áreas de Alferrarede, Chainça, Sentieiras e Rio de Moinhos como as mais atingidas.
No total, foram registadas 26 inundações, 12 movimentos de massa, seis quedas de árvores, seis ocorrências de limpeza de vias, a queda de um poste de iluminação de acesso à A23 e cinco veículos parcialmente submersos.
Houve ainda três pessoas desalojadas, já realojadas com apoio dos serviços sociais, e duas deslocadas, acolhidas por familiares.
Entre as situações mais graves, Valamatos destacou os danos estruturais no pontão de acesso à localidade de Casais de Revelhos, onde o trânsito está proibido a pesados e a circulação de ligeiros faz-se de forma alternada.
"Estamos a avaliar hora a hora. Os especialistas já estiveram no local e até ao final da semana esperamos uma avaliação técnica rigorosa", disse, admitindo que a construção de um novo pontão "é uma forte possibilidade".
O autarca acrescentou que a Escola do 1.º ciclo do Tramagal sofreu uma inundação significativa, obrigando a reorganizar temporariamente as refeições e o funcionamento do pré-escolar, transferido para a Escola Octávio Duarte Ferreira.
Valamatos referiu também "muitas derrocadas de terrenos e taludes", bem como o colapso de muros, danos nas linhas de água e destruição de hortas, especialmente nas Sentieiras, onde "a água engoliu muitos terrenos".
Uma das preocupações centrais é a Avenida Farinha Pereira, uma das principais vias de acesso à cidade e à zona industrial, onde os "mares de água" provocam problemas recorrentes.
"Esta estrada é das Infraestruturas de Portugal. Precisamos que, em conjunto com o Ministério das Infraestruturas, haja uma resposta urgente e um projeto capaz de encaminhar as águas para os seus cursos normais", afirmou, defendendo uma reabilitação profunda da área.
O município está a proceder ao levantamento exaustivo dos danos e deverá solicitar apoio financeiro ao Governo.
"Tal como outros municípios, vamos procurar fontes de financiamento para ajudar a repor a vida normal da comunidade. Há problemas imediatos, mas também estruturais, que exigem soluções de médio e longo prazo", observou.
O autarca destacou ainda o trabalho das equipas no terreno, incluindo bombeiros, GNR, PSP, juntas de freguesia, Abrantáqua, Sapadores Florestais e o Regimento de Engenharia 1.
"Não houve descanso. Estão a ser dias de enorme esforço e ainda teremos muito trabalho de limpeza e desobstrução pela frente. Peço tolerância à população", apelou.
Para Valamatos, a situação volta a evidenciar a pressão das alterações climáticas.
"Chove menos vezes, mas, quando chove, chove imenso. As estruturas colapsam porque não estão preparadas e durante anos empurraram-se para a frente problemas estruturais", afirmou.
O presidente garantiu que o município está disponível para colaborar com a Agência Portuguesa do Ambiente na reabilitação das linhas de água fora das zonas urbanas, sublinhando que serão precisos apoios imediatos e também financiamento para obras estruturais definitivas que preparem o concelho para fenómenos meteorológicos cada vez mais intensos.
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