Um autocarro com alunos do Instituto Educativo do Juncal foi abalroado ontem de manhã, no IC-2, em Pedreiras, Porto de Mós, por um camião que transportava oito toneladas de mosaicos.
Ficaram feridos sem gravidade 22 estudantes, com idades entre os 10 e os 18 anos. O motorista do autocarro, Rui Henriques, sofreu ferimentos mais graves, num braço e numa perna.
O camião, proveniente de Coimbra, seguia no sentido Norte-Sul, despistou-se e chocou contra o autocarro, que seguia em sentido contrário, e contra um outro camião que transportava ferro.
No momento do impacto, a carga foi projectada contra o autocarro, que ficou assente em oito toneladas de mosaicos.
“Até vinha devagar, porque a estrada estava molhada e havia muito trânsito”, disse ao CM o motorista do camião, Américo Simões, adiantando que o pesado “fugiu” para o lado direito: “Tentei segurá-lo, mas ainda bati com a traseira no autocarro e num camião carregado de ferro”.
Entre os 52 estudantes que seguiam no autocarro, 22 sofreram hematomas e escoriações. Foram transportados aos hospitais distritais de Leiria e Alcobaça e ao Centro de Saúde de Porto de Mós. A maior parte regressou a casa ao final de manhã.
Em estado mais grave, ficou o motorista, Rui Trindade Henriques – que depois de assistido no Hospital de Leiria foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra.
O autocarro pertence ao Instituto Educativo do Juncal e tinha sido alvo de uma “grande reparação” durante as férias de Verão.
QUATRO CORPORAÇÕES DE BOMBEIROS
TRÂNSITO
O acidente causou o caos no trânsito naquela zona do IC-2, tendo a BT da GNR de Leiria optado por interromper a circulação durante a operação de remoção das viaturas acidentadas.
BOMBEIROS
O socorro aos feridos no local do acidente foi prestado pelos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós, Juncal, Batalha e Alcobaça. A Câmara de Porto de Mós assegurou a limpeza da via.
ALUNOS
O Instituto Educativo do Juncal tem 900 alunos, com idades entre os 10 e os 18 anos, que frequentam turmas do 5.º ao 12.º anos. Apesar do acidente, foi mantido o programa de aulas.
PAIS TEMERAM O PIOR
O acidente ocorreu no IC-2, nas Pedreiras, junto ao principal cruzamento de acesso à localidade do concelho de Porto de Mós.
A pouco mais de 500 metros tinha acabado de partir um outro autocarro do Instituto Educativo do Juncal, pelo que, quando o estrondo se ouviu, os pais desses alunos ficaram assustados e dirigiram-se de imediato ao local, receando pela vida dos filhos.
“Viemos todos a correr porque não sabíamos qual dos autocarro tinha tido o acidente”, contou Maria Fonseca, mãe de um aluno, adiantando que “o socorro foi muito rápido. Começaram logo a chegar ambulâncias e a levar os miúdos para os hospitais”.
Para o 112 foram feitas mais de uma dezena de chamadas a alertar para o acidente, a partir dos telemóveis pessoais dos alunos, que também ligaram para os pais a avisá-los do acidente.
PASSAGEIROS SEM CINTO
O uso de cintos de segurança nos transportes colectivos de passageiros não é obrigatório, embora os autocarros mais modernos já o tenham, por opção do fabricante.
Essa situação deverá ser alterada se for aprovada uma proposta de lei apresentada pelo PSD, CDS-PP e Os Verdes, em discussão na Comissão das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações, que defende a obrigatoriedade do uso de mecanismos de retenção, bem como a presença de pelo menos um vigilante, além do motorista.
Os quatro autocarros do Instituto Educativo do Juncal não têm cinto de segurança, mas João Dias Martins, um dos proprietários, garantiu ao CM que serão instalados nas próximas férias: “Já andava preocupado com isso e agora decidi que, na primeira oportunidade, vamos instalar cintos em todos os lugares”.
"O CHOQUE CAUSOU ESTRONDO HORRÍVEL" (João Maurício, 16 anos)
“O sr. Rui (motorista) travou quando viu o camião a vir contra nós, mas não deu tempo para fugir. O choque causou um estrondo horrível, muito violento, e toda a gente começou a gritar e a dizer aos outros para se acalmarem.”
"NÃO CONSEGUIA MEXER AS PERNAS" (João Paulo, 10 anos)
“Quando lá chegaram os bombeiros e nos disseram para sair do autocarro, eu não conseguia andar. Fiz um esforço mas não conseguia andar e então um senhor foi lá dentro buscar-me. Agora já estou bem, mas ainda me dói um bocado uma das pernas.”
"TIVEMOS DE SAIR PELA PORTA DE TRÁS" (Andreia Filipe, 11 anos)
“Os vidros do lado em que o camião bateu partiram-se todos e nós para sairmos do autocarro tivemos de abrir a porta de trás (de abertura manual) e descer os degraus devagar. Uma das meninas esteve quase a desmaiar.”
"MOTORISTA ESTEVE SEMPRE A FALAR" (Isilda Henriques, Testemunha)
“Tinha ido tomar um café quando ouvi um estrondo, vim a correr e quando cheguei já dei com o acidente. Liguei para o 112 e vim para junto do motorista que esteve sempre consciente e a falar, pedindo para o ajudarem a sair dali, pois ficou preso nas chapas.”
"SE FOSSE NA CRUZ DA LÉGUA ERA PIOR" (Ana Luísa Silva, Irmã de aluna)
“Se este acidente tivesse acontecido na Cruz da Légua era muito pior, pois os autocarros já vão cheios quando lá chegam e os alunos têm de ir em pé. A minha irmã nunca tem lugar para se sentar.” Este circuito é feito por autocarros da RN, fretados pela Câmara Municipal.
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