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Artigo exclusivo

A agonia de Valentina: autópsia a criança agredida pelo pai revela descolamento do crânio

Câmaras de videovigilância de bombas de gasolina mostram viagem de pai e madrasta antes de abandonarem o corpo da menina.

13 de agosto de 2020 às 01:30

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Valentina tinha 9 anos
Valentina tinha 9 anos Direitos Reservados
Valentina era uma menina meiga  e muito aplicada na escola
Valentina era uma menina meiga e muito aplicada na escola Direitos Reservados
Valentina estava à guarda do pai
Valentina estava à guarda do pai Direitos Reservados
Sónia Fonseca e Valentina estavam separadas devido à pandemia
Sónia Fonseca e Valentina estavam separadas devido à pandemia Direitos Reservados
Valentina tinha 9 anos e estava a passar temporada com o pai
Valentina tinha 9 anos e estava a passar temporada com o pai Direitos Reservados
Valentina
Valentina Carlos Barroso
Valentina
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Sandro diz que foi por isso que agrediu a filha. Que ela nada lhe revelava e que a abanou continuamente. Conta depois que usou a água quente para a assustar, porque sabia que a pele da menor reagia mal a temperaturas altas.

Os investigadores têm várias provas no processo, para além da confissão dos protagonistas. As câmaras de videovigilância de uma bomba de gasolina, a pouco mais de um quilómetro da casa onde moravam, mostram o casal a seguir viagem em direção à zona onde o corpo foi encontrado. Nessa altura, o cadáver da menina já seguiria no banco de trás.

Memória de Valentina continua em brinquedos deixados no mato

Tornou-se nos primeiros dias um local de peregrinação. Vieram de todo o País e deixaram flores e bilhetes para Valentina. O País comoveu-se com a morte da menina de Atouguia da Baleia e no local onde pai e madrasta abandonaram o corpo muitos deixaram lembranças para perpetuarem a memória da criança.

Três meses depois e ainda que em menor escala, a menina não foi esquecida. Ainda há quem ali passe: a pouco mais de 100 metros da estrada, mas numa zona de mato denso. A clareira criada pelos passos de milhares de pessoas que ali estiveram deixa que se espalhem as recordações. Brinquedos, recados, preces e muita revolta são as marcas deixadas por todos os que durante dois dias tudo fizeram para encontrar Valentina.

Era inútil: ainda antes do alerta ser dado à GNR, já a menina jazia, junto a uma árvore e tapada de forma rudimentar. Sandro e Márcia tinham tentado esconder o corpo, acreditaram que a mentira os salvaria da prisão inevitável. Contaram uma história de amor que passava pelo aconchegar dos lençóis ainda ao início da noite e atiraram as culpas para Valentina que, aparentemente e sem qualquer razão, fugia de casa.

Não foi assim, sabe-se agora. Sandro, aliás, confessou as agressões e disse onde estava o corpo da filha. Correspondia exatamente à sua descrição: afinal tinha sido ele próprio a tapar o cadáver com giestas.

Está sem qualquer regime de segurança

O pai de Valentina já cumpriu o período de quarentena no Estabelecimento Prisional de Lisboa, motivado pela Covid-19, e está agora junto com a restante população prisional. Não há registo de qualquer incidente, nem atos de outros reclusos contra o homicida confesso.

Mãe vive com avós da menina e tenta refazer a vida

A mãe de Valentina, Sónia Fonseca, voltou para a casa da mãe e do padrasto, no Bombarral, e tenta agora refazer a vida. A mulher garante que nunca percebeu que havia maus-tratos e que Valentina nada disse sobre o pai ou a madrasta lhe baterem.

Acusação terminada até 10 de novembro

Sandro confessou a 10 de maio que matou a filha. Foi de imediato detido pela Judiciária e a acusação tem agora seis meses para estar concluída. O prazo termina a 10 de novembro.

Tentou suicídio e foi transferido para a cadeia-hospital

Logo após ter sido decretada a sua prisão preventiva, Sandro tentou o suicídio na cadeia de Lisboa, usando uma lâmina de barbear. Os ferimentos não foram graves, mas na altura foi transferido para a cadeia-hospital, em Caxias.

Irmãs continuam com tia materna

As duas meias-irmãs de Valentina, filhas de Márcia e Sandro, continuam a cargo de uma tia, não muito longe do local onde tudo aconteceu, também em Atouguia da Baleia. As meninas estão bem.

Presa com Rosa Grilo e Diana Fialho

Márcia está em preventiva na cadeia de Tires. O mesmo estabelecimento prisional onde está Rosa Grilo e Diana Fialho, condenadas a 25 anos de cadeia. Rosa matou o marido; Diana, a mãe adotiva.

Menino sem qualquer apoio

O filho de Márcia, de 13 anos, que viu Valentina morrer - e contou tudo à Polícia Judiciária - vive agora com o pai, mas não tem qualquer apoio. O psicólogo é pago pela família do menino.

PORMENORES

Família revoltada

Familiares de Sandro garantem que ficaram revoltados quando souberam do homicídio. Tinham ajudado nas buscas e acreditado no desaparecimento.

Fugiu da casa do pai

Um ano antes, Valentina tinha fugido da casa dos pais e foi encontrada por populares a vaguear em Peniche. A menina disse que procurava a mãe.

Comissão desvalorizou

O caso de Valentina não mereceu a atenção da Comissão de Proteção de Menores, nem após a sua fuga. O processo foi arquivado.

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