Tem uma voz dócil, gestos delicados e um corpo franzino, mas por detrás desta imagem de fragilidade feminina está uma determinação que ficou para a história do pára-quedismo nacional.
Aos 73 anos, Isabel Rilvas, a primeira mulher pára-quedista da Península Ibéria, continua a ser tratada como uma ‘avozinha’ pela comunidade dos boinas verdes. Isso mesmo ficou provado ontem, no V Encontro de Pára-quedistas que se realizou em Fátima (ver caixa).
"Com esta vozinha de canarachada,estes bracinhos e estas canetas", ninguém diria queiaserpára-quedista. Mas foi e saltou até perto dos 40 anos.
A paixão revelou-se em 1995, quando contactou com as enfermeiras pára-quedistas daCruzVermelha Francesa. Quis formar um corpo semelhante em Portugal, para ajudar os combatentes no Ultramar, só que nessa altura os ‘páras’ portugueses estavam ainda a dar os primeiros passos e todas as portas se fecharam.
Isabel Rilvas não se conformou. Foi para Biscarrosse, em França, e obteve o brevet de pára-quedista civil, em 1956. No ano seguinte, através de uma autorização especial, estava a saltar em Tancos.
O seu verdadeiro sonho, porém, só viria a concretizar-se em 1961, quando se concluiu o primeiro curso de enfermeiras pára-quedistas portuguesas – um grupo que ficou conhecido pelas seis ‘Marias’.
"Eu saltava como um pato, com o meu velho capacete e equipamento. Hoje, tudo é diferente. O material é fantástico, mas as exigências também são maiores", afirma.
Isabel Rilvas já tinha o brevet de piloto de avião com motor e sem motor. Agora, para colmatar a ausência dos saltos, foi tirar a licença de balão de ar quente. Mas o seu coração permanece com os boinas verdes: "É uma espécie de irmandade, um estado de espírito que nunca se esquece".
ENCONTRO PARA IMPEDIR FIM DO PÁRA-QUEDISMO
O encontro de pára-quedistas reuniu perto de 400 ex-militares na Cova da Iria, para um dia de confraternização e de homenagem aos camaradas falecidos. Ao mesmo tempo, os organizadores quiseram demonstrar que os ‘páras’ estão unidos e atentos à restruturação das Forças Armadas. "Queremos mostrar ao poder político que temos força e não deixamos acabar com os pára-quedistas", disse Joaquim Fialho, um dos promotores do encontro.
SALTOS E BALÃO DE AR QUENTE ANIMAM CERIMÓNIAS
Os pára-quedistas, acompanhados pelos familiares, participaram numa missa em honra dos militares mortos em combate seguida de um almoço-convívio. Ao início da tarde, realizou-se um lançamento de pára--quedistas do Pára-Clube Nacional os Boinas Verdes de Vila Nova da Barquinha, que deixaram cair milhares de pétalas de rosas, simbolizando as lágrimas derramadas em combate. O encontro contou ainda com um balão de ar quente da Escola de Tropas Pára-quedistas de Tancos
APONTAMENTOS
TRASLADAÇÃO
A trasladação dos três camaradas mortos na Guiné há 35 anos – que ontem foram sepultados nas suas terras de origem – foi ontem assinalada novamente no Santuário de Fátima.
PRIMEIRO SALTO
O1. º cabo José Maria da Veiga e Moura foi o primeiro militar a saltar em pára-quedas a partir de uma aeronave, em Tancos, a 14 de Outubro de 1930. O salto a 800 metros foi um sucesso.
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