O empresário madeirense queixa-se de ter sido alvo de um "julgamento popular" no Parlamento, que penalizou o seu "bom nome".
Joe Berardo escreveu uma carta aberta ao Presidente da Assembleia da República, pedindo a Ferro Rodrigues que impeça a repetição do tratamento de que foi alvo na comissão parlamentar de inquérito na Assembleia da República, que classifica de "julgamento popular".
Num documento de cinco páginas, que fez chegar à comunicação social, o empresário começa por afirmar que quer "continuar a acreditar na construção de um estado de direito democrático" e recorda que apesar de ter emigrado para a África do Sul aos 18 anos, o que se passou no Estado Novo não diminuiu o "amor por Portugal".
Grande parte da carta aberta é dedicada a explicar por que razão considera ter sido alvo de um "julgamento popular" no Parlamento. Para o fim deixa a repetição de algo que afirmou na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, de que nada deve à banca.
"Nem eu, nem nenhuma entidade ligada a mim, alguma vez tivemos ao nosso dispor nenhum dinheiro que tenha sido emprestado pela CGD, ou por outros bancos", escreve Berardo, acrescentando que "não pode estar mais longe da verdade" a ideia que "querem dar de mim" de "ter ficado no bolso com muitos milhões dos portugueses".
O empresário madeirense tem uma dívida avultada aos bancos nacionais. São perdas para os bancos que, na perspetiva de Berardo, resultam também de más decisões por parte das administrações das instituições financeiras, nomeadamente no caso dos 350 milhões de euros concedidos pela CGD para comprar ações do BCP.
Depois da comissão de inquérito, Berardo já teve oportunidade de por várias vezes detalhar as relações com a banca que o fizeram ficar com uma dívida de perto de mil milhões a várias instituições financeiras. Na carta a Ferro Rodrigues, o empresário madeirense afirma que "só em juros" pagou à banca "à volta de 231 milhões de euros (…). Veja-se bem: já paguei à banca cerca de 231 milhões de euros em troco de nada".
"E como se não bastasse o ataque ao meu património, tenho agora que defender-me do ataque o meu bom nome", conclui a carta endereçada a Ferro Rodrigues.
Na carta, Berardo repete por diversas vezes a expressão "eu defendo-me" e volta a reconhecer ter tido "alguns momentos infelizes em que respondi no mesmo tom de desafio a perguntas, também elas provocatórias, quando não vexatórias".
"Fui objeto de um verdadeiro julgamento popular nessa tarde de sexta-feira, com várias qualificações sumárias do meu caráter, sujeito a transmissão televisiva que não autorizei", escreve Berardo, pedindo a Ferro Rodrigues que "não permita que de futuro algum outro cidadão da República de Portuguesa seja sujeito ao que eu fui nessa tarde de dia 10 de maio de 2019".
"Os cidadãos não podem ser julgados em comissões de inquérito da Assembleia da República. Para isso devem existir os tribunais", refere Berardo, prometendo defender-se mesmo "quando me ameaçam sistematicamente com queixas criminais".
Nos últimos dias Berardo foi já alvo de arresto de vários bens: depois apartamentos e outros ativos detidos por uma das suas empresas. Na carta, refere "ter consciência de que o meu direito de defesa judicial ficou gravemente afetado".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.