Operacionais lutam contra os projetos de lei do Governo para a carreira do bombeiro profissional.
1 / 8
Os bombeiros que esta quinta-feira protestaram junto ao Conselho de Ministros, em Lisboa, desmobilizaram após garantias de que as suas reivindicações "ainda hoje" chegam ao primeiro-ministro, mas já com os olhos postos numa reunião com o Governo agendada para segunda-feira.
Cerca de 200 bombeiros municipais e sapadores de vários concelhos do país contestaram a proposta do Governo de regulamentação do estatuto do bombeiro profissional, que pretende unificar estas carreiras, por considerarem que o que foi apresentado "significa uma desvalorização enorme na carreira", que é "nivelada por baixo". Contestaram também o aumento da idade mínima de reforma dos 50 para os 60 anos.
Um grupo de representantes foi recebido pela secretaria da presidência do Conselho de Ministros, onde as suas reivindicações foram ouvidas e onde lhes foi assegurado que a moção esta quinta-feira aprovada chegaria "ainda hoje" ao primeiro-ministro, António Costa.
"Temos sempre esperança. Nós não vamos desistir de lutar por aquilo que é necessário fazer, que é valorizar a carreira destes homens", disse Cristina Torres, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), que convocou este protesto.
A Secretaria de Estado da Proteção Civil agendou para segunda-feira reuniões com sindicatos representativos dos bombeiros profissionais, uma das quais com o STAL e com o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML).
Na moção esta quinta-feira aprovada, os bombeiros presentes vão aguardar pelos resultados desta reunião, sem fechar a porta a outros protestos até verem as suas pretensões acolhidas.
Apesar da reunião com o Governo, a greve de 15 dias dos Sapadores de Lisboa, com início na segunda-feira, às 20:00, para já, mantém-se.
"Não estou muito otimista, mas a esperança é a última coisa a morrer. A nossa obrigação é continuar a negociar com o Governo e a dar-lhe conta da insatisfação dos bombeiros, porque uma tentativa de mexer numa carreira que se traduz numa desvalorização brutal para os seus profissionais, se calhar, é altura de dizer que deixe estar como está", disse José Correia, dirigente do STAL.
"Estamos apenas a exigir ao Governo que recue na sua proposta, que nos vem tirar a idade para aposentação, que nos vem tirar salário, que nos vem tirar condições de trabalho, de progredir na carreira e reduzir postos. É só isto que queremos do Governo: que recue nas suas intenções de destruir a carreira dos bombeiros profissionais", disse António Pascoal, dirigente do STML e subchefe dos Sapadores de Lisboa.
O protesto de hoje acontece três dias depois de os Sapadores Bombeiros de Lisboa se terem manifestado junto ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social.
O Governo assegurou, entretanto, que nenhum bombeiro terá cortes no seu salário por força da regulamentação da carreira de sapador bombeiro (bombeiro profissional de um município) em negociação com os sindicatos.
Numa nota, o Ministério da Administração Interna refere que o Governo pretende "uniformizar a carreira de bombeiro" na administração pública, incluindo a "harmonização remuneratória, acabando com a distinção entre bombeiros municipais e bombeiros sapadores", e assegura que "nenhum bombeiro em funções verá reduzido o seu salário".
"Atendendo a que a primeira posição remuneratória prevista na nova tabela, que respeita aos bombeiros municipais, é superior à atual, muitos destes profissionais verão o seu salário gradualmente aumentado", alega o ministério.
Na mesma nota, o Governo acrescenta que a criação da categoria de oficial sapador bombeiro permitirá "uma valorização da carreira de sapador bombeiro", incluindo o vencimento.
O Ministério da Administração Interna argumenta, ainda, que a carreira de sapador bombeiro possibilitará "a integração dos operacionais da Força Especial de Bombeiros na administração pública", ao abrigo do programa do Estado de regularização dos vínculos laborais precários.
Ainda de acordo com a tutela, um outro diploma, sobre a aposentação dos sapadores bombeiros, "permite acabar com os cortes nas pensões dos bombeiros profissionais", ao prever a criação de um regime especial com o qual "a idade legal de reforma é reduzida em seis anos face à idade geral".
A nota esclarece que, em 2019, a idade de acesso dos sapadores bombeiros à reforma, "sem qualquer corte ou penalização", é de 60 anos e cinco meses.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.