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Casal de idosos morre encurralado pelo fogo em Coimbra

Vítimas, de 76 e 84 anos, terão tentado fugir mas não conseguiram devido ao fumo denso.

16 de setembro de 2018 às 01:30

António Amaro, de 84 anos, e Maria Fernanda Filipe, de 76, tentaram fugir do quarto quando as chamas já consumiam os sofás da pequena sala situada no rés do chão da casa, em Rio de Galinhas, Coimbra. Mas recuaram perante o fogo e o fumo intenso e altamente tóxico, que se revelou fatal. Os dois foram encontrados já mortos, mas sem marcas de queimaduras.

Segundo os bombeiros sapadores de Coimbra, estavam caídos no quarto - António Amaro debruçado sobre a mesa de cabeceira e Maria Fernanda no chão. A posição e o local em que estavam indicia, segundo fonte dos sapadores, que terão tentado sair da casa, mas foram impedidos pelo fumo denso e pelas chamas.

O alerta chegou às autoridades pelas 07h10 de ontem. Foi o filho do casal que se apercebeu de fumo a sair pela porta e conseguiu extinguir as chamas. Quando os bombeiros chegaram ventilaram a casa e encontraram os corpos.

A inalação do fumo tóxico é a causa provável das mortes, mas só a autópsia no Instituto de Medicina Legal irá dar as certezas. As circunstâncias em que deflagrou o incêndio estão também a ser investigadas pela Polícia Judiciária do Centro.

Familiares e vizinhos dizem que o fogo pode ter deflagrado devido a um telemóvel. "O interior estava cheio de fumos e parece que estava um telemóvel em cima do sofá que ardeu", referiu Franquelim Alves, cunhado das vítimas, ao acrescentar que os vidros das janelas também estavam estilhaçados, o que significa que "a condensação e a temperatura lá dentro eram muito elevadas".

"Que morte horrível", lamentou, em lágrimas, outra familiar dos dois idosos. O casal tinha quartos no andar superior. Contudo, as dificuldades de mobilidade levavam-nos a ficar algumas noites no rés do chão da casa. Ainda assim não conseguiram escapar.

PORMENORES

Recolha de vestígios

Os inspetores da Polícia Judiciária do Centro estiveram ao longo de toda a manhã na casa a recolher vestígios. No local esteve também um perito da Medicina Legal.

Aldeia em choque

O ambiente na povoação de Rio de Galinhas era de grande consternação. "Não mereciam uma morte assim", lamentava uma vizinha.

Óbito declarado no local

A ocorrência mobilizou duas dezenas de operacionais dos bombeiros e autoridades, mas os óbitos foram declarados no local pelo médico do INEM.

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