Polícia da brigada de trânsito da PSP de Coimbra nega ter agredido a companheira, cujo carro abalroou.
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Um chefe de polícia da brigada de trânsito da PSP de Coimbra, suspeito de violência doméstica, afirmou esta sexta-feira em tribunal que parte da acusação é falsa, apesar de admitir alguns dos factos de que foi acusado pelo Ministério Público.
O agente da PSP, de 55 anos, começou esta sexta-feira a ser julgado no Tribunal de Coimbra, sendo acusado pelo Ministério Público (MP) de violência doméstica, ofensa à integridade física simples e qualificada e ameaça agravada, contra a sua mulher, com quem casou em 2013.
Segundo a acusação a que a agência Lusa teve acesso, o arguido terá começado a manifestar "ciúmes exagerados e infundados" em 2015, quando a sua mulher passou a trabalhar numa escola em Leiria, fazendo acusações "escritas e verbais de traições".
De acordo com o Ministério Público, a relação degradou-se e haverá relatos de episódios em que o agente da PSP exigia saber onde é que a sua mulher estava e o que fazia. Há ainda relatos de insultos, de que terá partido objetos da ofendida e que terá arrancado as portas de um roupeiro e as atirou em direção à filha da ofendida.
Já no final da relação, terá perseguido a vítima e embatido por diversas vezes o seu carro contra a porta da frente do condutor do veículo da mulher, com ela e a sua filha lá dentro.
"Em parte, [os factos da acusação] são mentirosos", começou por dizer o arguido, durante o julgamento que começou hoje de manhã.
O arguido admitiu que exigia ver as mensagens de telemóvel da sua mulher, tendo encontrado nelas "fortes indícios" de que ela o estava a trair, e salientou ainda que, sempre que falava em acabar com a relação, a sua companheira ameaçava com tentativas de suicídio.
Recusou ter partido objetos da mulher, mas admitiu ter arrancado as portas de um roupeiro num acesso de raiva, alegando que tal aconteceu depois de a filha da sua esposa o ter insultado, mas que não os atirou contra ela.
Segundo o Ministério Público, quando a ofendida passou a trabalhar em Coimbra, a partir de setembro de 2017, o arguido terá dito que "a relação estava podre, que não aguentava mais" e que acusava a ofendida de "micar gajos".
Questionado sobre os factos, o arguido afirmou que queria acabar com a relação e que continuava com suspeitas de que a mulher o traía, tendo confirmado que, no final de dezembro de 2017, deixou uma minuta para dar entrada do processo de divórcio.
Também sobre os factos ocorridos a 09 de janeiro, quando embateu contra o carro da mulher, o arguido apresentou uma versão diferente da história.
Segundo o Ministério Público, nesse dia, o arguido encontrou a ofendida na Unidade de Queimados de Coimbra, a acompanhar o pai numa consulta, e terá partido o retrovisor do veículo da ofendida com o seu carro na tentativa de impedir a sua saída.
Já no depoimento, o agente da PSP afirma que partiu o retrovisor quando estava a estacionar o seu veículo à frente do da ofendida, justificando esse pequeno embate com "os nervos".
De seguida, na versão do MP, o agente perseguiu a mulher, sendo que esta acabou por conseguir parar junto a umas bombas, onde o arguido bateu na traseira do veículo da ofendida por duas vezes.
Com o carro da mulher de lado, o arguido terá feito marcha-atrás e embatido diversas vezes na porta do condutor, até este deslizar para fora das bombas, altura em que a ofendida e a sua filha conseguiram fugir do carro e entrar no quiosque das bombas.
Após bater mais algumas vezes, o arguido terá saído do carro e terá tentado abordar a vítima, tendo sido impedido pelas pessoas que estavam nas bombas.
Já o agente da PSP contou que não foi uma perseguição, tendo acompanhado a mulher para lhe devolver os álbuns de fotografias da sua filha de uma outra relação, sendo que o primeiro embate aconteceu apenas porque "ia muito em cima do carro dela".
"Não sabe manter uma distância de segurança?", perguntou a juíza, sendo que o arguido admitiu que ia com alguma velocidade e que o "discernimento também não era o melhor".
Relativamente aos embates na lateral do veículo, diz que não se recorda de quantas vezes bateu.
"Perdi a noção das coisas. Eu só queria sair dali. Era como se fosse um pesadelo", contou.
Na parte da tarde, quando o arguido ainda continuava a depor, o julgamento passou a decorrer à porta fechada, a pedido do agente da PSP, após ter falado com o seu advogado.
Como medidas de coação, o arguido está proibido de contactar a mulher, aproximar-se do seu local de trabalho e residência, bem como de contactar com a filha da vítima e três testemunhas do processo.
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