Quase quatro vezes mais do que o permitido pela Lei. O comandante da PSP de Lamego, sub-comissário Rogério Figueiredo, que no dia 21 de Maio se despistou em Gumirães, Viseu, apresentou uma taxa de 2,26 g/l de álcool no sangue. O oficial continua internado, em estado de coma profundo na Unidade de Cuidados intensivos dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
O resultado da análise e contra-análise ao sangue permitiram concluir que o subcomissário apresentava uma taxa muito elevada (2,26 g/l), o que deixou “muito surpreendidos” equipa médica e também os agentes da PSP que tomaram conta do acidente. O oficial da PSP terá estado num convívio com familiares à noite e sofreu o acidente quando regressava a casa.
Uma taxa com aqueles valores provoca “alterações muito significativas nas capacidades psicomotoras nas pessoas”, afirmou ontem ao CM Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto de Medicina Legal (IML), explicando que a partir do 1,20 g/l a possibilidade “de um condutor ter um acidente é 20 vezes superior” do que com uma taxa inferior a 0,50 gr/l.
O subcomissário Rogério Figueiredo, de 41 anos, casado, com dois filhos menores, estava desde Outubro de 2005 a comandar a PSP de Lamego. Permanece internado em estado de coma, com um quadro clínico “estável”, mas considerado “muito grave”.
O acidente aconteceu às 03h30, numa zona que estava condicionada ao trânsito devido a obras. Por motivos desconhecidos, a viatura – Audi A4 – conduzida pelo subcomissário Rogério Figueiredo, que viajava sozinho, em vez de contornar o desvio à esquerda seguiu em frente e capotou diversas vezes.
O oficial da PSP foi assistido no local do acidente por uma equipa médica do INEM e depois transportado, inconsciente e em estado muito grave, para as Urgências do Hospital S. Teotónio de Viseu, onde foi clinicamente estabilizado e sujeito a análises para, entre outros aspectos, apurar – como é obrigatório por Lei – se o organismo possuía ou não substâncias psicotrópicas.
'POLÍCIA DEVE REDOBRAR CUIDADOS'
As circunstâncias em que se verificou o despiste do comandante da PSP de Lamego estão a ser investigadas pelo Ministério Público. O intendente Constantino Azevedo Ramos, comandante da PSP de Viseu, “não confirma nem desmente” a taxa de álcool registada pelo subcomissário e, confrontado pelo CM, não quis fazer qualquer tipo de comentário alegando que o caso “está salvaguardado pelo segredo de justiça”.
Já Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sócio Profissional da PSP, salienta que os polícias, “mesmo fora de serviço”, devem ter “cuidados redobrados”. “É uma situação lamentável, mesmo sabendo que qualquer cidadão está sujeito a cometer falhas e a alguns descuidos. Agora o importante é que ele tenha rápidas melhoras”, diz Paulo Rodrigues.
CONSUMO DIMINUI OS REFLEXOS
Um estudo do Instituto de Medicina Legal (IML) revela que 393 vítimas mortais de acidentes de viação ocorridos em 2005 acusaram a presença de álcool. Destes, 280 tinham, quando foi feita a autópsia, uma taxa superior a 1,20 g/l.
Quanto aos exames feitos a intervenientes em acidentes, detectaram 919 condutores com níveis superiores àquela taxa. No entanto, podem ser muitos mais, pois houve 1313 casos com valores semelhantes classificados na categoria de ‘situação desconhecida’.
O álcool, que também é considerado uma droga psicotrópica, pois actua no sistema nervoso central, provoca mudanças no comportamento, com efeitos estimulantes ou depressores. A sua ingestão mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de conduzir veículos ou operar outras máquinas. Por outro lado, um em cada dez exames feitos a intervenientes em acidentes de viação, em 2005, no IML, revelou a presença de estupefacientes. E os exames feitos às vítimas mortais – condutores, passageiros, peões e outros – revelam que cinco por cento estavam sob efeito de drogas. “Uma situação preocupante”, refere Duarte Nuno Vieira, presidente do IML.
PJ APANHADO
Em Abril último, a BT da GNR detectou um inspector da Polícia Judiciária a conduzir, na Praça da Armada, em Lisboa, com 2,20 g/l de álcool no sangue. O inspector foi acusado de apontar a sua pistola de serviço aos militares, mas negou que o tivesse feito.
PSP BEM BEBIDO
Em Julho de 2005, um subintendente da PSP, então comandante da divisão de segurança no aeroporto de Lisboa, foi detectado numa operação stop da própria Polícia, com 3,68 g/l de álcool no sangue. Foi apanhado pelas 05h30, junto à rotunda das Olaias, em Lisboa.
TRÃNSITO PROIBIDO
O então director nacional da PSP, o juiz Mário Morgado, foi detectado, em Fevereiro de 2004, a circular numa moto Suzuki 1000 num viaduto, em Lisboa, onde é proibido o trânsito a motociclos. Foi ‘apanhado’ porque caiu da moto e as autoridades intervieram.
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