MP atribui a Augusto Arnaut, enquanto comandante das operações de socorro, responsabilidades pelo atraso na montagem do posto de comando operacional.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande afirmou hoje, à saída da primeira sessão do julgamento, que o incêndio de 17 de junho de 2017 "irá perdurar" para sempre, garantindo que deu o seu melhor.
Augusto Arnaut quis deixar uma declaração às famílias e amigos das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande durante o julgamento, mas a juiz-presidente considerou que o seu "estado de alma" não era para ser proferido na audiência.
"Só queria dizer que aquele dia 17 de junho de 2017 irá perdurar para o resto da minha vida. Infelizmente, as vítimas já não se encontram connosco, mas queria dizer aos familiares e amigos que lamento muito o que o incêndio provocou. Tenho 35 anos de bombeiro, nos quais 20 de comando. Dei o meu melhor. Todos os bombeiros que estiveram comigo nessa ocorrência deram o seu melhor. Sou bombeiro por opção e o meu lema foi sempre salvar vidas e bens", disse aos jornalistas visivelmente emocionado, à saída do Tribunal Judicial de Leiria.
Filomena Girão, advogada de Augusto Arnaut, acrescentou que o comandante "entendeu que esta comunicação era devida às famílias das vítimas".
"É uma declaração que todos subscrevemos, ainda que da parte do senhor comandante tenha este peso, de quem esteve lá, de quem teve a coragem de estar, e continua a ter a coragem de estar sempre que é chamado, a defender quem precisa, mesmo quando os meios não são os suficientes", sublinhou.
A advogada esclareceu que esta é uma "declaração de estado de alma" e não uma assunção de culpa. "O senhor comandante lamenta profundamente o que aconteceu ainda que esteja absolutamente certo de ter feito tudo o que podia, com os meios que tinha. Não era possível fazer melhor. O comandante Arnaut e todos os bombeiros que estiveram naquele dia [incêndio] fizeram milagres com os poucos meios que tinham", frisou Filomena Girão.
Augusto Arnaut responde por 63 crimes de homicídio e 44 de ofensa à integridade física, 12 dos quais graves, todos por negligência.
O julgamento dos 11 arguidos para determinar responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, nos quais o Ministério Público (MP) contabilizou 63 mortos e 44 feridos quiseram procedimento criminal, começou hoje no Tribunal Judicial de Leiria.
O MP, secundado pelo juiz de instrução, atribui a Augusto Arnaut, enquanto comandante das operações de socorro, responsabilidades pelo atraso na montagem do posto de comando operacional, por não ter pedido mais meios ou por não ter informado cabalmente o Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria sobre a evolução do incêndio.
O MP relata que na tarde de dia 17 de junho de 2017 registaram-se dois incêndios no concelho de Pedrógão Grande, que acabaram por se unificar ao final do dia, num processo designado de "encontro de frentes", que conduz a um mecanismo de comportamento "extremo de fogo".
O incêndio foi considerado extinto cinco dias depois, em 22 de junho. A área ardida foi de 24.164,6 hectares, abrangendo, além Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, Alvaiázere e Ansião, todos no distrito de Leiria.
Os prejuízos apontados pelo Ministério Publico são de "pelo menos 90.325.487,84 euros".
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