Último balanço oficial dá conta de dois mortos confirmados e três desaparecidos. PJ investiga pedreira e estrada que ruiu.
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Duas pessoas morreram e três outras ficaram "submersas" após um troço da estrada municipal 255 que liga Borba a Vila Viçosa, em Évora, ter abatido na tarde da passada segunda-feira.
Ao final da tarde desta quarta-feira e em novo ponto de situação, a Proteção Civil revelou que as buscas não tiveram sucesso. Para quinta-feira está previsto o reforço do sistema de drenagem da pedreira.
Segundo o comandante distrital, em declarações aos jornalistas, em Borba, vão continuar, "em simultâneo", operações "de busca no plano de água de maior dimensão", referente a uma das pedreiras, com recurso a equipamento da Marinha.
"Iremos utilizar algum equipamento diferenciado que nos permita, acima de tudo, nesta fase, fazer uma análise com mais pormenor do fundo da pedreira", destacou José Ribeiro.
No encontro com os jornalistas, no quartel dos bombeiros de Borba, no distrito de Évora, onde fez o balanço da atividade operacional desta quarta-feira, o CODIS explicou que este equipamento militar poderá originar uma análise que permita "tomar outro tipo de decisões", caso seja, eventualmente, identificada uma viatura.
As operações de resgate, suspensas ao início da noite de hoje, são retomadas na manhã de quinta-feira.
O momento do resgate da primeira vítima mortal da derrocada em Borba
Esta quarta-feira, por volta das 8h30, foram retomadas as operações de resgate com a instalação de 400 metros de mangueira para drenar a água de um dos poços da pedreira.
Uma das extremidades da mangueira é ligada a uma motobomba e a outra a uma conduta de águas pluviais, instalada na zona das pedreiras, junto à estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora.
A Polícia Judiciária já se encontra a investigar a pedreira e a estrada que ruiu, ao que o Correio da Manhã conseguiu apurar junto de fonte do comando territorial de Évora. A Câmara de Borba anunciou esta quarta-feira que vai ativar o Plano Municipal de Emergência.
As operações em curso visam retirar o segundo corpo, após esta terça-feira uma das vítimas ter sido retirada. As cerimónias fúnebres de Gualdino Pita, a vítima mortal retirada esta terça-feira, vão decorrer durante a tarde desta quarta-feira.
António Costa diz que Governo "não sabia dos riscos da pedreira O primeiro-ministro falou esta quarta-feira sobre a tragédia de Borba e disse que o Governo "não sabia dos riscos da pedreira".
Costa deixou um palavra de apoio às famílias das vítimas espera que as famílias possam "encontrar os desaparecidos e resgatar as vítimas".
Quanto às responsabilidades da tragédia, o primeiro-ministro não quis comentar.
Vítimas mortais tratar-se-ão de trabalhadores da empresa A.L.A. de Almeida
O aluimento de terras provocou a queda de pelo menos três veículos para dentro de "uma pedreira com 50 metros de profundidade" com água.
Vídeo mostra momento da derrocada em pedreira de Borba
Ao que o CM apurou, as vítimas mortais tratar-se-ão de trabalhadores da empresa A.L.A. de Almeida: Gualdino Pita, 49 anos, e João Xavier, de 58, que morreram enquanto estavam ao serviço.
O corpo de um dos trabalhadores, que se encontrava dentro de uma retroescavadora, foi retirado na tarde desta terça-feira pelas autoridades. As operações prosseguem para tentar detetar o corpo do segundo funcionário da empresa.
O momento do resgate da primeira vítima mortal da derrocada em Borba
Ao que tudo indica, os três desaparecidos tratar-se-ão de Carlos Lourenço, 37 anos, José Rocha, de 53, e Fortunato Ruivo, de 85.
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Ao que o Correio da Manhã conseguiu apurar, os dois primeiros são cunhados, residentes em Vila Viçosa. Naquela tarde informaram a família que iriam a Borba para ir a casa do contabilista, tendo portanto de passar na estrada acidentada. Desde então nunca mais foram vistos nem deram sinal de vida.
Já Fortunato Ruivo foi dado como desaparecido no Alandroal pela própria mulher na segunda-feira, que indicou que o marido se deslocou no seu automóvel, nesse dia, a Vila Viçosa.
Drenagem da água das pedreiras começa pela manhã
Num ponto de situação feito às 20h00 de terça-feira, o comandante do Centro de Operações de Socorro (CDOS) de Évora, José Ribeiro, voltou a frisar as dificuldades vivivas no terreno pelas autoridades e equipas de resgate devido ao "perímetro instável e elevado risco de deslizamento de massas" junto ao local onde ocorreu o acidente.
"É nosso objetivo às primeiras horas do dia de amanhã [quarta-feira] iniciarmos as operações de drenagem, utilizando as bombas e toda a capacidade instalada", afirmou aos jornalistas.
Desta forma, acrescentou o responsável, "com a drenagem dos dois planos de água das pedreiras", a Proteção Civil acredita que terá "condições para operar e, essencialmente, fazer o reconhecimento com maior qualidade de todo o espaço".
As operações vão ser suspensas cerca das 22h00 desta terça-feira e retomadas entre as 07h30 e as 08h00.
Visita relâmpago de Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República deixou esta terça-feira uma mensagem de apoio às operações em curso em Borba, apresentou condolências aos familiares das vítimas e pediu paciência face à indefinição da conclusão dos trabalhos.
Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que já passou "muitas vezes, em atividades profissionais ao longo de muitos anos", pela estrada que abateu na segunda-feira, provocando duas vítimas mortais confirmadas e vários desaparecidos.
Questionado se entende que este era um desastre anunciado, respondeu: "Não me vou pronunciar sobre isso".
Presidente da Câmara de Borba espera que caso possa "impedir outras tragédias"O presidente da Câmara de Borba disse esta terça-feira esperar que a "tragédia" provocada pelo deslizamento de terras para uma pedreira, que provocou vítimas mortais, "possa impedir outras tragédias" e "permita repensar" todas as estradas de Portugal.
"Espero que esta tragédia que se abateu sobre Borba possa impedir outras tragédias. Espero que nada permita outra tragédia como esta e que esta tragédia nos permita repensar não só as estradas de Borba, mas [também] todas as estradas deste país", afirmou António Anselmo.
O autarca falava aos jornalistas no quartel dos Bombeiros Voluntários de Borba, após um balanço da Proteção Civil das operações de resgate das vítimas do deslizamento de terras.
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