Idade atual das vítimas varia entre 19 e 75 anos, com uma média de 54 anos.
A maior parte das vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica confessou que a primeira situação de violência sexual ocorreu aos onze anos, contudo há diferenças ao nível do sexo. Os meninos foram, na maior parte, vítimas aos 11 anos. As meninas sofreram mais cedo o ataque, aos sete anos. Os dados foram obtidos do terceiro relatório de atividades, elaborado pelos Grupo de Acompanhamento das situações de violência sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal - grupo Vita.
Em funcionamento desde 22 de maio de 2023, o grupo Vita nos primeiros seis meses (entre maio e dezembro de 2023) centrou-se, sobretudo, em divulgar o seu trabalho, iniciando os processos de escuta e acolhimento das vítimas de violência sexual no contexto da Igreja Católica em Portugal.
Desde que entrou em funcionamento, o grupo Vita recebeu 587 chamadas telefónicas: 322 em 2023, e 265 em 2024. “À semelhança do que foi referido nos relatórios anteriores, estas chamadas não correspondem exclusivamente a situações de violência sexual no contexto da Igreja, na medida em que diversas pessoas contactam o grupo para reportar outras situações, que não se enquadram na sua missão”, é divulgado no relatório.
Os dados referem que “foram identificadas 118 vítimas de violência sexual (69 em 2023 e 49 em 2024) e uma pessoa (leigo) que cometeu crimes sexuais no contexto da Igreja”.
Numa avaliação de maior proximidade, foram caracterizadas 62 vítimas que foram atendidas individualmente pelos elementos do grupo Vita. É na avaliação deste grupo de pessoas, realizada com consentimento informado e com uma duração média de 2h30 minutos, que foi feita a caracterização das vítimas de abusos.
No que diz respeito à caracterização sociodemográfica, a maioria das vítimas é do sexo masculino (59.7%) e, com apenas uma exceção, todas possuem nacionalidade portuguesa.
A idade atual das vítimas varia entre 19 e 75 anos, com uma média de 54 anos.
No que se refere ao estado civil, 37.1% das vítimas são solteiras, enquanto 29.1% estão numa relação (21.0% são casadas e 8.1% vivem em união de facto). Aproximadamente 30% das vítimas encontram-se separadas ou divorciadas. A maioria tem filhos (64.5%), sendo que 40.0% possuem um filho e 37.5% dois filhos.
Quanto à religião, destaca-se que mais de metade das vítimas (54.8%) consideram-se católicas.
A idade na qual ocorreu a primeira situação de violência sexual varia entre os 5 e os 25 anos, registando uma média de 11.58 anos. As idades de maior prevalência foram 10 e 11 anos, acompanhadas pelas de 7, 12 e 14 anos.
As situações de violação no contexto da Igreja aconteceram, sobretudo, no confessionário, seguido da sacristia. Para 18 vítimas, as situações abusivas ocorreram na casa do padre, no seu carro, no seu gabinete, na sua casa de férias ou na casa paroquial. Com sete vítimas, os comportamentos abusivos ocorreram no Seminário.
Os comportamentos sexualmente abusivos perpetrados por ambos (do agressor para a vítima e da vítima para o agressor, a pedido deste) remetem, sobretudo, para a masturbação (16.1%), manipulação e exibição dos órgãos genitais (12.9% e 11.3% respetivamente).
Avança o relatório que em 91,9% dos casos, a pessoa que cometeu a violência não reconheceu a agressão e não pediu desculpa.
Desde que iniciou funções, o Grupo VITA sinalizou às estruturas eclesiásticas um total de 70 situações, junto da Procuradoria Geral da República e da Polícia Judiciária 25.
Os dados revelam que foram solicitados 61 pedidos de compensação financeira, na sua esmagadora maioria junto do grupo Vita. Destes, 40 pedidos foram solicitados por pessoas do sexo masculino e, 21, do sexo feminino.
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