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Dor e emoção no adeus a Odair Moniz: Centenas de pessoas marcaram presença nas cerimónias fúnebres

Família pediu aos jornalistas para não se aproximarem do local das cerimónias.

27 de outubro de 2024 às 14:09

Centenas de pessoas marcaram presença, este domingo, nas cerimónias fúnebres de Odair Moniz, homem morto a tiro pela PSP, na Cova da Moura. Familiares, amigos e pessoas que ficaram sensibilizadas com a situação pedem que o caso não acabe no esquecimento. 

A cerimónia foi marcada pela emoção, pela dor e pela revolta. Quem conhecia Odair descreve-o como um "homem bom", que estava sempre pronto a ajudar os outros e que tinha uma presença positiva no Bairro do Zambujal, onde morava. 

Apesar de ter reunido muitas pessoas, as cerimónias fúnebres foram pacíficas. Foram lançados balões brancas em homenagem ao homem e gritou-se por"justiça. 

Os membros da família de Odair Moniz pediram aos jornalistas presentes no local para não se aproximarem da Igreja da Buraca, onde será realizada a cerimónia da Celebração da Palavra, às 14h00. Foi também pedido aos jornalistas para não estarem posicionados em linha reta com a Igreja, presumivelmente para que não fossem captadas imagens diretas das pessoas que vão prestar as últimas homenagens ao Odair Moniz.

No sábado, realizaram-se duas manifestações em Lisboa, uma convocada pelo movimento Vida Justa para reclamar justiça pela morte de Odair Moniz, outra marcada pelo Chega "em defesa da polícia", que decorreram de forma "pacífica, em serenidade e com civismo", segundo a PSP.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, foi baleado na madrugada de segunda-feira, no Bairro Cova da Moura, também na Amadora, no distrito de Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias. A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Esta semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.

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