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Enriquecimento ilícito: O crime que José Sócrates não queria que existisse

Há 10 anos, o CM reuniu mais de 50 mil assinaturas numa petição para criminalizar o enriquecimento ilícito.

25 de abril de 2021 às 01:30

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Manuel Pinho, ex-ministro de José Sócrates, é suspeito de ter recebido cerca de 1 milhão de euros de uma empresa do Grupo Espírito Santo
Manuel Pinho, ex-ministro de José Sócrates, é suspeito de ter recebido cerca de 1 milhão de euros de uma empresa do Grupo Espírito Santo Vitor Chi
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Ricardo Salgado terá recebido 15 milhões de euros de ‘presente’ de um construtor David Cabral Santos
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Armando Vara foi condenado por três crimes de tráfico de influência no processo Face Oculta e é arguido na Operação Marquês MIGUEL A. LOPES/lusa
PCP, BE e Chega já apresentaram propostas para criminalizar o enriquecimento ilícito
PCP, BE e Chega já apresentaram propostas para criminalizar o enriquecimento ilícito MARIO CRUZ/lusa
Octávio Ribeiro, diretor-geral editorial da Cofina, entrega a petição do ‘CM’ a Jaime Gama, então presidente da Assembleia da República, em 2011
Octávio Ribeiro, diretor-geral editorial da Cofina, entrega a petição do ‘CM’ a Jaime Gama, então presidente da Assembleia da República, em 2011 Pedro Catarino
José Sócrates
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A versão final daquele que ficou conhecido como o ‘pacote Cravinho’ – um conjunto de medidas anticorrupção que o deputado com o mesmo nome apresentou no parlamento – já tinha deixado cair a proposta de criminalização do enriquecimento ilícito dos detentores de cargos públicos. Estávamos em 2007, José Sócrates era primeiro-ministro e João Cravinho já tinha percebido, ainda em 2006, que o governante se transformava num animal feroz sempre que se fazia menção ao tema do enriquecimento ilícito. Isso mesmo ficou à vista de todos num debate no parlamento em que se discutia a possibilidade de criminalizar os detentores de altos cargos públicos ou políticos quando fosse demonstrado que tinham fortuna manifestamente incompatível com os rendimentos declarados, proposta de Cravinho. Nesse dia, perante a pergunta de Luís Marques Mendes , à época presidente do PSD: "Porque é que o Governo e o PS hesitam tanto no combate à corrupção?", José Sócrates pôs logo as garras de fora: "A isto chama-se baixeza. Isto não tem outro nome, sr. deputado, senão baixeza! É que para combater a corrupção não é preciso fazer asneira! E seria um erro, a propósito do combate à corrupção, pôr em causa valores sólidos do Estado de direito, como, por exemplo, o ónus da prova. Não é aceitável, numa sociedade moderna, que invertamos o ónus da prova no caso do enriquecimento ilícito", disse perante todos.

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