Netos de Edir Macedo adotados à revelia da mãe biológica.
1 / 8
Uma rede ilegal de tráfico de menores que teve a conivência do Estado - pelo menos a Segurança Social e o Tribunal de Menores. As crianças eram encaminhadas para um lar ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e depois entravam no sistema das adoções internacionais. Tudo à revelia das famílias que vinte anos depois denunciam o caso.
IURD exporta crianças com aval do Estado
A Segurança Social mantém-se para já em silêncio sobre as graves acusações, garantindo apenas que participaram ao Ministério Público as suspeitas tornadas ontem públicas pela TVI. Não esclarecem se apuraram qualquer ilegalidade nestes processos. Dizem apenas que o lar em causa - Casa de Acolhimento Mão Amiga - se encontrava ilegal.
A denúncia foi feita pelo bispo Alfredo Paulo - dissidente da IURD - que confirmou à TVI as suspeitas de adoções com uso a ‘testas de ferro’. Ao CM, o bispo recusou prestar esclarecimentos.
Adoções ilegais na IURD
Uma das adoções que está em causa é precisamente a dos netos de Edir Macedo, líder da seita religiosa. Os dois filhos adotivos da filha de Edir, Viviane, terão sido ‘roubados’ a uma mãe portuguesa, que residia na Amadora, e que garantiu que nunca pretendeu abandonar os filhos.
Encaminhou as crianças para o lar apenas por não ter onde as manter durante o dia - enquanto trabalhava - tendo depois sido confrontada com a adoção. Sem meios legais para lutar pelos filhos, a mulher conta ainda que nunca teve qualquer ajuda. Até a polícia teria recusado receber a queixa.
Entretanto, antes da reportagem ter sido emitida, os netos de Edir Macedo, Vera e Luís, gravaram um depoimento no YouTube a garantir que a adoção foi legal.
Bispos obrigados a fazer vasectomias adotavam crianças em vários países Ainda nos anos 80, Edir Macedo começou a incentivar os bispos da IURD a não terem filhos. Nas suas pregações, dizia que "nascem como ratos" e que as pessoas que pertencem à estrutura do culto não deviam contribuir para "trazer pessoas ao mundo".
Nesse sentido, obrigou centenas de colaboradores a fazerem vasectomias (cirurgia que impossibilita os homens de terem filhos), muitas delas clandestinas. Alfredo Paulo, que já pertenceu à IURD e hoje é um dos seus maiores opositores, foi um dos bispos pressionados. Mas estes mesmos bispos eram depois incentivados a adotar crianças em vários países.
Igreja declara 30 milhões por anoA IURD declara em Portugal 30 milhões por ano. As receitas da organização são provenientes, sobretudo, de contribuições dos fiéis e estão livres de impostos. A sede é no antigo Cinema Império, Lisboa, mas a IURD está presente em mais de 50 cidades do nosso país.
Lar acolhia menores em Camarate Fiéis, pastores e bispos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) adotaram crianças de um lar ilegal criado e financiado pela própria igreja. O lar, criado em 23 de maio de 1994 na zona de Camarate, em Lisboa, só foi licenciado em 2001.
Segundo a TVI, durante estes sete anos a instituição de acolhimento de menores funcionou à margem da lei, sem qualquer fiscalização da Segurança Social. Mais tarde, viria a mudar de localização, tendo funcionado num edifício na avenida Gago Coutinho, perto do aeroporto.
As adoções eram feitas sem nenhum controlo. As mães, sem condições financeiras para criarem os seus filhos, assinavam documentos manuscritos em que davam luz verde à adoção. A partir desse momento deixavam de ter informação sobre o paradeiro das crianças.
A IURD nega as acusações. Diz que o lar não era ilegal, estava sim em fase de legalização - "aguardava a conversão do registo provisório para definitivo", asseguram.
Moradora de Camarate recorda abertura de lar ilegal
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.