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Estagiários da GNR fazem patrulha sem arma

Guarda Nacional Republicana tenta colmatar saída de militares aumentando o estágio.

06 de maio de 2018 às 08:14

A GNR está a disfarçar a redução de efetivos sofrida no dispositivo territorial, com a saída de 408 militares para o curso de formação do Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro (GIPS) que decorre na Escola da Figueira Foz, com o estágio dos 345 novos militares que terminaram recentemente o curso.

Ao que o CM apurou, estes novos guardas, que à luz da lei não podem andar armados nem fazer detenções e estão apenas autorizados a usar um bastão de borracha, estão a integrar patrulhas em vários postos territoriais, em especial a norte do País. Fonte oficial da GNR disse ao CM que esse facto é normal, "já que os guardas provisórios, durante a formação em exercício, acompanham as patrulhas, sempre enquadrados por militares da respetiva subunidade".

O período de estágio agora em curso, no entanto, foi aumentado para o dobro do tempo (costuma ser três meses, mas este ano ficou decidido que fosse seis, com início em abril e fim em outubro). Apesar de referir que esta decisão "foi tomada para que os guardas provisórios tomem o maior contacto possível com o serviço territorial da GNR, e que ao mesmo tempo se dê mais visibilidade ao patrulhamento durante os meses de veraneio e de maior risco dos fogos", a mesma fonte oficial da GNR não desmente que o aumento do tempo de estágio tenha a ver com a saída de efetivos do dispositivo territorial para o GIPS.

Segundo César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da GNR, "este é mais um exemplo do grave défice de efetivos existente nesta força de segurança". "Consideramos positiva a incorporação destes 345 profissionais, mas defendemos cursos de pelo menos mil elementos", concluiu.

Associação exige igualdade com PSP

Apesar de se mostrar agradada com a decisão governamental de descongelar as progressões nos níveis remuneratórios de 15 mil profissionais da PSP, a Associação Nacional Autónoma de Guardas (ANAG) considera que a "GNR está a ser discriminada".

"O Ministério da Administração Interna tem ignorado as associações nas negociações para o novo estatuto da GNR, bem como no descongelamento dos níveis remuneratórios, promoções e progressões de carreira", refere a ANAG em comunicado. "Os militares da GNR são os mais mal pagos", diz.

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