A edição de hoje
Reação permitiu à mulher gritar e ser salva.
O Tribunal não tem dúvidas de que o senhor preparou tudo para matar a sua mulher e fazer todos acreditarem que ela se tinha suicidado", disse, na quarta-feira, após a leitura do acórdão, a presidente do coletivo de juízes do Tribunal de Braga, que condenou Belmiro das Dores a nove anos de cadeia por ter tentado matar a mulher por asfixia, em outubro do ano passado, em Tadim, Braga. O arguido, de 47 anos e que tem de pagar 15 mil euros à vítima, não reagiu ao ouvir a decisão.
Antes de atacar a mulher, no hall de entrada do prédio, em Tadim, o serralheiro criou um cenário na garagem com um cadafalso feito com lençóis, um escadote e uma trave, para pendurar a vítima depois de a matar, fazendo crer que se tinha suicidado. Mas os planos de Belmiro para a tarde de 2 de outubro não correram como esperava. Surpreendeu a mulher, que ia para o trabalho, logo à saída do elevador. De luvas calçadas, agarrou-lhe o pescoço com as duas mãos. A vítima reagiu, apertou-lhe os testículos e aquele acabou por diminuir a pressão feita no pescoço. Os gritos da mulher foram então ouvidos no Centro de Saúde em frente ao prédio. Três enfermeiras foram em seu auxílio, acabando por lhe salvar a vida.
Belmiro das Dores agiu por ciúmes, depois de a mulher com quem esteve casado 27 anos lhe ter dito que queria terminar a relação. O arguido, que durante meses ameaçou e perseguiu a mulher, não assumiu o crime. O tribunal avisou-o: "Ninguém é dono de ninguém."
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