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Irmã de Marco 'Orelhas' chora em tribunal e acusa marido de cobardia por não resolver conflito com Igor Silva

Vítima foi agredida e esfaqueada 18 vezes em confrontos junto ao Estádio do Dragão durante os festejos do campeonato 2021/22. 

14 de março de 2024 às 09:57
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Familiares de Marco 'Orelhas' ouvidos em tribunal pelo homicídio de Igor Silva

A família de Marco 'Orelhas', acusado do homicídio de Igor Silva, garantiu, esta quinta-feira, que os arguidos não se dirigiram ao Estádio do Dragão com o objetivo de atacar o jovem. A oitava sessão do julgamento, que decorreu no Tribunal de São João Novo, no Porto, foi marcada pela discurso emocionado de Sónia Gonçalves, irmã de 'Orelhas', que abordou os conflitos antigos que existiam entre os familiares e Igor Silva e sobre o dia do crime. 

Irmã de 'Orelhas' chorou em tribunal

A irmã de Orelhas' chorou em tribunal quando relembrava os acontecimentos. Acusou Paulo Cardoso, marido e também arguido no processo, de cobardia por não ter intervindo mais cedo para pôr fim ao atrito que existia entre a família e a vítima. 

"Estou aqui para dizer a verdade e só a verdade. Não é andarem só por aí a dizerem mentiras. Perdoa-me Paulo, mas eu tenho que dizer a verdade. Muita coisa se podia ter evitado se não fosses tão cobarde"", explicou. 

Sónia Gonçalves garantiu que o marido e o irmão não se dirigiram ao estádio para atacar Igor, mas por estarem preocupados com a família. Paulo Cardoso tinha sido informado de que a mulher e o filho tinham sido agredidos, mas Sónia esclareceu que isso não era verdade. 

Testemunhas dizem que Igor iniciou confrontos

No dia do crime, a irmã de 'Orelhas' disse que tentou falar com a vítima para a tentar afastar do confronto. "Eu disse: 'Ouve-me pela nossa amizade'. Ele não queria falar comigo e disse-me: 'Quero o teu irmão, vou matá-lo'. Depois surgiu a PSP e fomos embora", contou. 

Sónia assegurou que não assistiu ao crime. "Fiquei sempre longe deles e só mais tarde vejo o meu irmão com a mão a sangrar. Disse-me que foi esfaqueado", afirmou Sónia.

"Só Deus sabe o que eu tenho passado estes dois anos, tenho sido ameaçada. Estou sozinha. Ele [Paulo] viu o Igor no chão, ainda o foi socorrer e agora está preso", apontou.  

Tânia Marlene, cunhada de Marco 'Orelhas', também foi ouvida esta quinta-feira. Disse que se dirigiu para a festa do FC Porto e, num primeiro momento eram só mulheres que lá estavam. Posteriormente, chegou Renato e amigos.

A cunhada de Marco referiu que Igor "estava muito revoltado, porque diziam que tinham atirado pedras à janela da mãe". 

Testemunha diz que três dos arguidos não estavam no local no crime

Cristiana Silva é amiga e vizinha de três dos arguidos em liberdade:  Sérgio Machado, Rui Costa, 'Dentinho', e Miguel Pereira, 'Banana'. Foi chamada como testemunha de defesa por ter estado junto à barraca da Super Bock, onde viu Igor a discutir coma família de Renato.

Cristiana disse não perceber o teor da conversa e que depois a polícia mandou as pessoas afastarem-se do local. Quando se foi embora, disse que se apercebeu de um grande aparato, mas que como a "confusão era grande" não se aproximou. Garantiu que ficou a conversar com amigas e que Sérgio, Rui e Miguel estavam ali perto também. 

A mulher explicou que Sérgio e o grupo foram aconselhados a irem embora, só que mesmo assim foram abordados pela polícia, sem perceber o motivo.Esta testemunha coloca assim os três arguidos em liberdade fora do local do crime.

Sérgio Machado garante que não esteve envolvido no crime

"Não tive nada a ver com isto, estou muito nervoso. Não estive envolvido nas situações anteriores", começou por dizer Sérgio. "Descemos para o Museu e a certa altura já vejo o Renato e o tio a subirem a correr. Alguém me disse que iam voltar para a festa", conta. Admitiu que também subiu escadas a correr, mas não sabe explicar motivo. A certa altura o grupo começou a dispersar, mas Sérgio afirma que não sabe o motivo. "Foi a Cristiana (amiga) que a certa altura me disse que havia confusão", afirmou. Sérgio explica que não viu nem participou no crime. Diz que a única coisa que se apercebeu foi uma porrada de mulheres.

"No dia a seguir levantei-me às seis da manhã e num grupo WhatsApp tinha já fotografias do corpo do Igor e vídeos de porrada. Depois na CMTV aparece a notícia. Eu não vi nada, mas gostava de ter visto para chegar aqui e dizer. São dois anos acusados por um homicídio", disse em tribunal.

"A minha vida não é compatível com isto, são dois anos de frustração e impotência. As pessoas perguntam se eu estive envolvido nisto e eu sei que não estive. É muita pressão para um jovem de 22 anos", conclui.

"Não quero pagar por algo que não fiz": Rui Costa assegura que está inocente

Rui Costa garantiu que não participou no crime, nem viu nada. "Estou inocente e a ser acusado. Estou farto destas acusações e continuo aqui", afirmou.

"Não quero pagar por algo que não fiz, quem fez que seja responsabilizado. Não vi nada relacionado com o crime. Estive sempre a mais de 50 metros do local onde aquilo aconteceu", afirmou. 

Miguel Pereira sabia de conflito entre Igor e a família de 'Orelhas'

Miguel Pereira, outro dos arguidos em liberdade, disse em tribunal que sabia dos problemas antigos entre Igor e a família de 'Orelhas. No dia dos festejos do FC Porto, estava com Renato junto à barraca da 'Super Bock', quando viu Igor a falar com Sónia e depois a polícia a chegar. 

Ao se aperceber que poderia acontecer confusão, Miguel Pereira optou por sair do local. "Era amigo do Renato e sabia que podia sobrar para nós", explicou. 

'Orelhas' diz ter visto vítima com duas facas

Marco 'Orelhas' também teve a oportunidade de prestar depoimento e esclarecer imagens que mostram confrontos no Estádio do Dragão. Marco afirmou que quando chegou ao local, foi ter com a mulher para compreender aquilo que se estava a passar. Durante o desacato, disse ainda ter visto Igor com duas facas. 

Filha de 'Orelhas' falta ao julgamento

Iara Gonçalves não se apresentou no tribunal e segundo a procuradora a justificação é inválida, pelo que deve ser condenada em pena de multa. A juíza deu à arguida 10 dias para apresentar outra justificação.

Igor foi morto com 18 facadas

Igor Silva foi agredido e esfaqueado 18 vezes em confrontos junto ao Estádio do Dragão durante os festejos do campeonato 2021/22. São julgados 12 arguidos, quatros estão presos.

No tribunal, como nas últimas sessões de julgamento, foi estabelecido reforço policial.

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Reforço policial na oitava sessão de julgamento pelo homícido de Igor Silva

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