A edição de hoje
Hospedeira da TAP recupera longe de casa. Cerca de duas semanas antes de ser violentamente agredida a murro e pontapé, alguém lançou fogo ao tapete da entrada do apartamento de Sandra Isabel. Era o primeiro aviso.
Não foram apenas as ameaçadoras mensagens escritas no telemóvel que assustaram Sandra Isabel, 36 anos, paixão de infância e adolescência do director desportivo do Benfica, Rui Costa, violentamente agredida em casa, há duas semanas. Há cerca de um mês, alguém conseguiu entrar no prédio, na Damaia, Amadora, e ateou fogo ao tapete da entrada de casa. Era apenas mais um aviso para a hospedeira da TAP.
Alguns dos vizinhos viram o tapete em chamas, com "a porta chamuscada", contaram ao CM. O testemunho destas pessoas pode agora ser fundamental para a investigação, uma vez que há pelo menos um morador que se cruzou à saída do prédio com os agressores, que levavam um ramo de flores para entregar à vítima. Em frente, um vizinho também se apercebeu, três dias antes da violenta agressão de que Sandra foi alvo, de dois homens a rondar o prédio, segundo o CM apurou no local.
A forma como o crime ocorreu leva os investigadores a falarem numa "encomenda por motivos passionais". Os únicos objectos que desapareceram de casa de Sandra foram os dois telemóveis. Uma forma, segundo os mesmos, de "apagar vestígios de ameaças" que Sandra vinha recebendo nas últimas semanas.
O crime ocorreu a 11 de Novembro, cerca das 11h00. A amiga de Rui Costa estava sozinha em casa e alguém tocou à campainha. Dois homens fizeram-se passar por estafetas e carregavam um ramo de flores para lhe entregar directamente. Mas quando Sandra abriu a porta foi logo atingida na cara com gás-pimenta. Sem conseguir ver nada, foi empurrada para dentro e violentamente espancada, a soco e a pontapé. Os vizinhos não se aperceberam de nada.
Às 12h20 dava entrada em estado crítico no Hospital Amadora--Sintra: o baço e o fígado tinham sido atingidos e teve de ser operada várias vezes. Só na quinta-feira teve alta hospitalar, depois de ter estado em coma induzido.
Agora, Sandra descansa longe do apartamento onde vive há mais de três anos. Ninguém a tem visto pela zona, e as persianas mantêm-se cerradas. Os moradores lembram uma "vizinha sempre simpática e disponível" e que "nunca dava problemas". Em casa recebia sobretudo o filho, trazido pelo avô materno aos fins-de-semana, e algumas amigas, também hospedeiras na TAP.
EX-JOGADOR ASSUME SEPARAÇÃO
O director desportivo do Benfica já assumiu, perante amigos e alguns elementos do clube, que se separou de Rute, com quem estava casado desde 1993 e de quem tem dois filhos (dois rapazes de 10 e 15 anos). A mulher é proprietária de uma perfumaria na Damaia, situada ao lado da papelaria Havaneza, pertencente aos pais do ex-jogador, que não querem ser envolvidos neste caso. Contactada no local pelo CM, a mãe de Rui Costa reagiu bruscamente, recusando-se a prestar qualquer tipo de esclarecimento.
Ao CM, Rui Costa lamentou o que sucedeu à amiga Sandra Isabel: "Conheço-a há muitos anos. É lamentável o que se passou, mas sei que está a recuperar e isso é o mais importante."
RUI COSTA INVESTE EM PRÉDIO
Rui Costa foi um dos investidores na construção do lote número 56, na avenida Manuel Cabanas, perpendicular à rua em que Sandra Isabel possui o seu apartamento, no Alto da Damaia.
O actual director desportivo do Benfica ainda costuma passar por ali, local onde tem vários amigos. Alguns moradores recordam a sua presença quando o edifício ficou pronto. Na altura, alguns jogadores do Benfica chegaram mesmo a acompanhar Rui Costa.
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