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“Fui escravo cinco anos e levei muita pancada”

Carlos Ribeiro conta o pesadelo que viveu.

18 de junho de 2015 às 10:35

"Fui tratado como escravo durante cinco anos e levei muita pancada", desabafou esta quarta-feira ao CM Carlos Ribeiro, o pastor libertado pela Polícia Judiciária da Guarda que foi escravizado durante aquele tempo numa quinta agrícola de Gouveia. O patrão e um cúmplice foram presentes a um juiz do Tribunal da Guarda e libertados.

Carlos Ribeiro, de 52 anos, diz ter sido forçado por um jovem agricultor a fazer trabalhos na sua propriedade a troco apenas de comida e dormida. "O pior eram as agressões, que aconteciam de cada vez que discordava dele ou que tentava vir embora", adiantou ao CM. O pesadelo começou em 2010, quando o pastor, natural de São Paio, Gouveia, aceitou o convite para ir trabalhar para a quinta de Ribamondego. "Combinei com o patrão 150 € por mês com comida e dormida, mas nunca vi o dinheiro todo. Só me dava de comer e uma onça de tabaco", garante.

Ao longo dos cinco anos, o pastor tentou por várias vezes fugir da quinta de onde, diz, só estava autorizado a ausentar-se em ocasiões especiais: "Raramente me deixava sair. E quando tentava fugir ele vinha ao meu encontro e forçava-me a regressar, às vezes com pancada."

O pesadelo de Carlos Ribeiro terminou no fim de semana, quando, após mais uma tentativa de fuga, o patrão o encontrou na quinta de um amigo na localidade vizinha de Nespereira e, com a ajuda de um cúmplice, o agrediu e meteu à força num carro para o levar de volta. O amigo denunciou a situação à GNR e a Polícia Judiciária deteve o patrão e o cúmplice, ambos com 26 anos, por sequestro, tráfico de pessoas e escravidão.

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