A edição de hoje
Homem detido pela PJ após se apropriar e vender programa que controla aparelhos usados em clínicas de todo o mundo.
De dia era um engenheiro informático com uma vida aparentemente banal, com família constituída, um bom emprego e uma boa casa nos arredores de Lisboa. Mas nos 'tempos livres' era um pirata informático que conseguiu apropriar-se de um programa (software) de uma empresa alemã que vende equipamentos médicos para todo o mundo. A partir daí manipulou as atualizações desse software e vendeu-as às clínicas médicas. Em poucos anos ganhou 700 mil euros com o esquema, mas foi detido na terça-feira pela Polícia Judiciária.
Segundo o CM apurou, o homem, de 48 anos, conseguiu aceder em 2018 ao sistema informático da empresa lesada, com sede na Alemanha. "Esse acesso foi a parte mais fácil, pois o suspeito tem conhecimentos informáticos, descobriu uma fragilidade do sistema e a partir daí percebeu que poderia lucrar com isso", adianta fonte ligada à investigação.
A seguir apropriou-se do software desenvolvido por essa empresa, indispensável para o funcionamento de vários equipamentos médicos. Antes que os lesados se apercebessem, "terá igualmente obtido e manipulado informaticamente as atualizações desse software, procedendo posteriormente à respetiva reprodução, modificação e venda a diversas clínicas, nacionais e estrangeiras", adianta a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ.
O esquema foi detetado em 2023 e levou à investigação que culminou agora com a detenção do suspeito. Está indiciado por crimes de acesso ilegítimo, falsidade informática, reprodução ilegítima de programa protegido e branqueamento de capitais. Estava esta quarta-feira a ser presente a tribunal.
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