Caso começou com a descoberta de um jovem inconsciente à beira da estrada, numa zona erma. Atropelamento com fuga foi descartado porque a vítima só tinha ferimentos na cabeça.
O caso envolve dois imigrantes e dois agentes da PSP de Olhão. Mas quem desvendou os crimes de sequestro e homícídio foi a GNR e a Polícia Judiciária. Tudo começou com a descoberta de um jovem inconsciente à beira da estrada, numa zona erma em Pechão, no concelho de Olhão. O calendário marcava o dia 9 de março de 2024. Segundo o CM apurou, os primeiros indícios apontavam para um possível atropelamento com fuga. A vítima, de nacionalidade marroquina, foi transportada para o hospital e foram chamados os investigadores da GNR especializados em acidentes de viação. Foram eles que rapidamente perceberam que algo não estava certo. No local havia marcas de arrastamento de um corpo e não exisitam indícios de um acidente. E quando foram à unidade de saúde onde estava o jovem imigrante verificaram que este não tinha ferimentos nem nos braços nem nas pernas, apenas na cabeça.
Foram estas incongruências que os investigadores da GNR transmitiram ao Ministério Público (MP), que decidiu passar o caso para a Polícia Judiciária, por existirem fortes indícios de que a vítima tinha sido espancada e abandonada à beira da estrada, junto com outro imigrante marroquino, que revelou que tinham sido levados para aquele local dentro de um carro da PSP.
A partir daqui os principais suspeitos da violenta agressão passaram a ser dois agentes da Esquadra da PSP Olhão, que tinham estado no supermercado onde os dois imigrantes tinham estado a furtar alimentos pouco tempo antes. Segundo o MP, os dois jovens foram levados no carro da PSP e um deles foi agredido violentamente ainda algemado. A vítima acabou por morrer 19 dias depois no hospital, segundo o médico-legista, devido a pancadas sucessivas na cabeça que lhe provocaram uma grave lesão na cabeça. Os agentes admitem que estiveram no supermercado com os dois imigrantes, mas negam que tenham praticado qualquer agressão. Foram ambos acusados pelo MP de dois crimes de sequestro e um de homicídio qualificado.
Um dos polícias, segundo revelou esta sexta-feira o Expresso, é apoiante do Chega e partilhou vários vídeos de André Ventura e Rita Matias. O advogado da família do jovem imigrante morto, que se constituiu assistente no processo, considera que o agente divulgou “de forma reiterada material de natureza discriminatória”, o que é revelador da sua “posição ideológica e da animosidade manifesta face a imigrantes e indivíduos de confissão islâmica”. E que esse “sentimento de ódio constituiu o verdadeiro motor da conduta criminosa”.
O período de abertura de instrução irá decorrer durante o mês de setembro.
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