No total, a organização terá tido ganhos de cerca de 14 milhões de euros.
O grupo transnacional esta terça-feira desmantelado pela Polícia Judiciária (PJ), cujo alegado núcleo duro reside no Algarve, é suspeito de, a partir de 2023, ter burlado cerca de 5.100 cidadãos suecos a partir de Portugal, informou a PJ.
Em conferência de imprensa, o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, Carlos Cabreiro, explicou que as vítimas, na maioria idosas, terão sido ludibriadas com mensagens que aparentavam ser de serviços bancários.
Os cidadãos lesados acabariam por, após falarem com falsos gerentes bancários, fornecer credenciais de acesso às suas contas bancárias e, em alguns casos, o acesso remoto a computadores onde acediam a serviços financeiros, permitindo aos burlões apropriar-se de dinheiro.
No total, a organização terá tido ganhos de cerca de 14 milhões de euros.
A PJ anunciou esta terça-feira, em comunicado, a detenção de 64 pessoas que estariam ligadas a este grupo, número que foi entretanto atualizado para 65.
Segundo Carlos Cabreiro, entre os detidos na operação 'Pivot' estão três cidadãos suecos, todos homens, que constituiriam o núcleo duro da organização e dezenas de portugueses e nacionais de outros países residentes em Portugal que apoiariam o grupo.
Entre estes, estão pessoas que se fariam passar por gerentes bancários, angariadores de 'money mules' ("mulas de dinheiro", em inglês), estas 'money mules', que por norma disponibilizam contas para branquear o dinheiro obtido ilicitamente, e comerciantes que cederiam os terminais de pagamento automático dos estabelecimentos para que os burlões conseguissem aceder aos montantes.
A compra de "joias, relógios e viaturas" seria outras das formas que o grupo tinha de lavar os lucros das burlas.
Dos 65 detidos, entre 25 e 30 elementos serão apresentados a um juiz para aplicação de medidas de coação mais gravosas, dependendo o número final das diligências que estão a ser feitas pelo Ministério Público, acrescentou o diretor da UNC3T.
Na operação desta terça-feira, foram ainda apreendidas 76 contas bancárias e 11 carteiras de criptoativos.
Questionado se a escolha de Portugal para base do crime se deve a alguma vulnerabilidade nacional, Carlos Cabreiro respondeu que não.
Já o elemento da polícia sueca que colaborou de forma mais estreita com a PJ, Johan Sangby, sublinhou que a Suécia tem "muitos criminosos" a atuar a partir do estrangeiro, com Portugal e Espanha a serem "bons países" para viver e que aparentam ser "um porto seguro para criminosos".
Na nota divulgada, a PJ precisou que em causa estão crimes informáticos, de burla qualificada e de branqueamento de capitais.
A investigação conjunta entre a PJ e a polícia sueca contou com a colaboração da Europol e da Eurojust, que acompanharam as buscas realizadas em 73 domicílios, sobretudo no Algarve, em Lisboa e na região de Braga.
De acordo com o diretor da UNC3T, o grupo desmantelado estaria "provavelmente" a preparar-se para passar a visar também cidadãos portugueses nas burlas.
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