250 mil hectares contabilizados são 10 vezes a área do Alqueva e metade de todo o Algarve, passando as áreas dos distritos do Porto, Viana, Açores e Madeira.
                                    Incêndios florestais: Já ardeu o equivalente a 25 cidades de Lisboa e 62 do Porto
Os 250 mil hectares de mato e floresta já contabilizados como destruídos pelos incêndios em Portugal desde 1 de janeiro, quase todos desde 26 de julho e que já causaram quatro mortes e centenas de feridos, equivalem a 2500 km2 e são dez vezes a área da barragem do Alqueva (250 km2); metade de todo o Algarve/distrito de Faro (4 960 km2); e quase tanto quanto os distritos de Aveiro (2808 km2), Lisboa (2761 km2) ou Braga (2763 km2); passando já a área dos distritos do Porto (2395 km2), Viana do Castelo (2255 km2), da Região Autónoma dos Açores (2333 km2) e três vezes a Madeira (801 km2). Ardeu já 25 vezes a área da cidade de Lisboa (100 km2); e 62 cidades do Porto (41,42).
De acordo com dados de terça-feira do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), dos 249 908 hectares contabilizados, 177 852 arderam no Centro do País, 91 017 dos quais nas Beiras e Serra da Estrela - onde o concelho de Trancoso se destaca com 58 mil hectares de área ardida e o Sabugal com 21 mil - e 68809 na Região de Coimbra - 65 mil em Arganil e 3350 na Lousã. Na Região de Viseu Dão Lafões arderam 14158 hectares, quase todos em Sátão (13777). No Norte, arderam 62685 hectares. Mas é esta região que lidera o número de incêndios, com mais de metade do total nacional. Dos 6859 registados desde 1 de janeiro, 4002 (58,3%) ocorreram no Norte do País. Segue-se o Centro com 1062 incêndios e Lisboa com 992.
No período entre 1 de janeiro e 25 de agosto, este ano de 2025 situa-se como o quinto (desde 2002) com menor número de incêndios (atrás de 2024, 2020, 2023 e 2021, todos eles com área ardida abaixo dos 37 mil hectares); mas no mesmo período é o terceiro com maior área ardida, apenas atrás de 2005 (300820 hectares) e de 2003 (420847 hectares). Em 2017, mesmo com os fogos de junho em Pedrógão que fizeram 65 mortos, a área ardida foi de 225 712 hectares até 25 de agosto.
Em relação às causas, o SGIFR assinala que no mesmo período ainda não tinham sido apuradas para 37% dos incêndios, responsáveis por 91% da área queimada. Mas o uso do fogo liderava como a causa de 17% dos incêndios, seguindo-se o incendiarismo com 16%.
Área ardida nos piores anos
                                O investigador e engenheiro florestal Paulo Fernandes publicou um comparativo da concentração de área ardida nos anos com área ardida extrema do século passado e do início deste (2003 e 2005), com 2017 e este ano, concluindo que há “manchas queimadas cada vez maiores e cada vez menos pequenas áreas ardidas, ou seja, o regime de fogo é cada vez mais severo”. O que se explica por alterações climáticas; redução do número de ignições e maior sucesso no ataque inicial, diminuindo as pequenas manchas ardidas e contribuindo para a continuidade do espaço florestal, sem contrapartida compensatória na redução do combustível à escala da paisagem; os grandes incêndios do passado geram incêndios maiores ainda no futuro, porque tornam a paisagem mais homogénea e promovem o abandono da exploração florestal e da agricultura; um sistema de supressão de incêndios com atuação aparentemente cada vez mais defensiva que privilegia (ou se resume) à proteção civil, mesmo quando o risco de impacte em interfaces urbano-rurais é mínimo, e que não aproveita as oportunidades de controlo oferecidas pelo território; a estratégia de gestão de combustíveis privilegia as intervenções lineares em detrimento da criação de mosaicos.
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