O incêndio que lavra há uma semana em Monchique (Algarve) está dominado desde as 08h30, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Há registo de 41 feridos, um em estado grave, e de 50 casas ardidas.
De acordo com Patrícia Gaspar, pode ainda haver reativações pelo que todo o dispositivo se vai manter o local nas próximas horas. Ao longo do dia vai sendo avaliado o estado do incêndio e assim, aos poucos, desmobilizando os meios.
Deverão ainda esta sexta-feira regressar a casa os 49 deslocados durante os incêndios, 12 deles acamados.
Neste momento a zona entre São Marcos e São Bartolomeu de Messines é a que mais preocupa. As consequências deste grande incêndio deverão ser conhecidas em breve.
A Proteção Civil mantém 1371 operacionais, apoiados por 442 viaturas e dois meios aéreos no local. O fogo já destruiu cerca de 27.000 hectares, segundo os dados mais recentes disponibilizados pelo Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS), tornando-o no maior este ano em Portugal.
Este ano, o maior incêndio, em termos de área ardida, que se tinha verificado em Portugal era o que deflagrou em fevereiro na Guarda, onde arderam 86 hectares.
Segundo os dados do EFFIS, as chamas em Monchique já destruíram 26.957 hectares, mais de metade dos 41 mil que arderam na mesma região em 2003, nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.
No ano passado, as chamas destruíram mais de 440 mil hectares, o pior ano de sempre em Portugal, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Quanto aos maiores incêndios em termos de área ardida ocorridos no ano passado, no topo da lista aparece o que teve origem no dia 15 de outubro, em Seia/Sandomil, no distrito da Guarda, que destruiu 43.191 hectares.
INEM com três unidades móveis em Monchique para dar apoio psicológico
O INEM tem três unidades móveis de intervenção psicológica de emergência (UMICE) na zona afetada pelo fogo de Monchique, estando a responder diariamente a "bastantes pedidos" de apoio, informou a coordenadora do apoio psicológico.
As UMICE são constituídas por um psicólogo e um técnico de emergência pré-hospitalar, que procuram dar resposta aos pedidos de apoio e solicitações que têm surgido diariamente, disse à agência Lusa a coordenadora do Centro de Apoio Psicológico e de Intervenção em Crise do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sónia Cunha.
No terreno, estas unidades, nesta fase que ainda é de emergência, procuram fazer uma triagem dos casos, "avaliação e promoção de estratégias", por forma a minimizar "o desenvolvimento de patologias, como as perturbações de stress que são associadas à vivência de traumas", explicou.
"A grande vitória é vítimas zero", afirma ministro da Administração Interna
Eduardo Cabrita está esta sexta-feira em Monchique para visitar as áreas afetadas pelos fogos dos últios oito dias e, posteriormente, avaliar as consequências deste grande incêndio.
O ministro defendeu que "a grande vitória é vítimas zero" e elogiou todos os meios envolvidos neste combate às chamas. Para Cabrita, o dispositivo acionado funcionou "de forma exemplar". Quanto às críticas que têm sido levantadas sobre possíveis falhas durante a operação deste incêndio, o ministro afirma que não existiram.
Costa e Marcelo preparam deslocação a Monchique
O primeiro-ministro vai deslocar-se às zonas afetadas pelo incêndio de Monchique com os governantes das áreas da habitação, agricultura, segurança social e turismo, numa visita de trabalho articulada com o Presidente da República, que irá depois ao terreno.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro informou esta sexta-feira à agência Lusa que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa articularam entre si as deslocações a Monchique, ainda sem datas marcadas, após ter sido dominado o fogo que deflagrou nesta zona do Algarve há uma semana.
As deslocações estão organizadas em três fases, acrescentou a mesma fonte.
Visita de Costa programada para a tarde desta sexta-feira
O primeiro-ministro, António Costa, desloca-se a Monchique, às 15h00, acompanhado por ministros e secretários de Estado, para se reunir na câmara local com os autarcas das zonas afetadas pelo incêndio.
A delegação chefiada pelo primeiro-ministro será composta pelos ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, Adjunto, Pedro Siza Vieira, e pelos secretários de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson Souza, do Turismo, Ana Mendes Godinho, da Habitação, Ana Pinho, da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, e das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, informou fonte do gabinete de António Costa.
Na reunião estarão os presidentes das câmaras de Monchique, Portimão e Silves bem como representantes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e da Associação de Municípios do Algarve.
O objetivo, adiantou a fonte do gabinete do primeiro-ministro, é fazer um ponto de situação da necessidade imediata de apoios e estudar as respostas a dar às populações.
Quase 700 pessoas em Monchique receberam apoio social
As equipas da Segurança Social prestaram apoio a quase 700 pessoas afetadas pelo incêndio na zona de Monchique (Algarve), que lavrou durante uma semana e que está dominado desde as 08h30 desta sexta-feira.
Em comunicado, o Instituto de Segurança Social explica que este apoio visa garantir a resposta de emergência ao nível da alimentação, agasalhos, alojamento temporário, entre outras necessidades, às pessoas e famílias afetadas pelo incêndio.
"Na sequência da ativação do Plano Municipal de Emergência, em virtude do incêndio que deflagrou em Monchique na sexta-feira, 3 de agosto, o Instituto da Segurança Social assegura, desde a primeira hora, a permanência de equipas de técnicos para prestarem apoio social de emergência nos concelhos sinalizados com maiores necessidades", refere o instituto.