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Irmãos suspeitos de tráfico de pessoas em Beja aguardam julgamento em liberdade

De acordo com o SEF os dois homens recrutavam os trabalhadores a partir dos países de Leste, aliciando-os melhores condições de vida.

11 de julho de 2019 às 19:17

Os dois irmãos detidos no Alentejo por suspeitas de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão-de-obra ilegal vão aguardar julgamento em liberdade, disse esta quinta-feira fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

A mesma fonte adiantou à agência Lusa que os homens, de 33 e 40 anos, que tinham sido detidos na terça-feira, numa operação do SEF em Alcácer do Sal e Beja, foram sujeitos, na quarta-feira e esta quinta-feira, a primeiro interrogatório no Tribunal Judicial de Évora, que os libertou sujeitos à medida de coação de apresentações semanais em posto policial.

Os dois homens tinham sido detidos pelo SEF no cumprimento de dois mandados de detenção no âmbito da operação 'Fratello (irmão)', que decorreu nas zonas de Alcácer do Sal (Setúbal) e Beja e levou à identificação de 15 cidadãos estrangeiros e oriundos do Leste da Europa.

Os 15 cidadãos, a maior parte homens, viviam, na sua maioria, sujeitos a condições "degradantes" de trabalho, alojamento e salubridade e eram vítimas de exploração laboral, indicou SEF, referindo que todos foram devidamente sinalizados como vítimas de tráfico de seres humanos e foi-lhes disponibilizado "todo o apoio necessário".

De acordo com o SEF, os dois irmãos, também oriundos do Leste da Europa, "recrutavam os trabalhadores a partir dos países de origem, através do aliciamento por melhores condições de vida" em Portugal.

Já em Portugal, os trabalhadores vítimas dos irmãos "acabavam por ser explorados em herdades agrícolas, na preparação da campanha da azeitona", e "muitos deles acabaram privadas da respetiva remuneração e com recurso a violência física".

Durante a operação, o SEF efetuou nove buscas, sendo três domiciliárias e seis a viaturas, através das quais apreendeu diverso material de prova da atividade criminosa, como dinheiro, telemóveis e computadores portáteis, além de 11 mil cigarros artesanais, agrupados em maços de 20, que eram vendidos aos trabalhadores e "cujo valor era deduzido dos salários".

A operação resultou de uma investigação que teve como origem uma denúncia e foi delegada pelo Ministério Público de Évora no SEF.

No decorrer da investigação, já tinham sido sinalizadas outras cinco vítimas de tráfico, que se encontram atualmente em casas seguras.

A operação envolveu 24 elementos do SEF e também elementos da Rede de Apoio à Vítima do Alentejo com o objetivo de "garantir o tratamento adequado das situações detetadas".

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