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Espancado em Ponte de Sor já saiu dos cuidados intensivos

Rúben Cavaco fora do coma induzido.

23 de agosto de 2016 às 12:49

Rúben Cavaco, o jovem violentamente agredido em Ponte de Sor por dois irmãos gémeos, filhos do embaixador do Iraque em Lisboa, saiu da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Santa Maria esta terça-feira de manhã, apurou o CM.

O rapaz, de 15 anos, ficou gravemente ferido e teve de ser transportado para o hospital esta unidade hospitalar, em Lisboa, na passada quarta-feira, de helicóptero. Rúben foi agredido na Avenida da Liberdade, em frente ao pavilhão de Ponte de Sor, e foram os trabalhadores camarários, que procediam à recolha do lixo, que encontraram o rapaz inanimado, já de madrugada. O jovem foi atacado após uma rixa que começou numa discoteca local. O jovem sofreu um traumatismo craniano e ficou parcialmente desfigurado, com múltiplas fraturas na cara. Terá sido abalroado por uma viatura diplomática e agredido a murro e pontapé.

Embaixador do Iraque chamado de urgência a Bagdade

O embaixador do Iraque em Lisboa, pai do dois gémeos suspeitos da agressão em Ponte de Sor, foi chamado de urgência a Bagdade. O diplomata foi chamado pelo ministério iraquiano dos Negócios Estrangeiros. Esta convocatória surge depois de Halder e Ridha, filhos do diplomata, terem dado uma entrevista em que dizem ter sido vítimas de agressão e insultos por parte de Rúben Cavaco.O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano confirmou que se "iniciou uma investigação para apurar os detalhes deste incidente" ao mesmo tempo que "reitera a vontade de manter a eficiência das suas missões diplomáticas" com todos os estados, incluindo Portugal, pode ler-se em comunicado. Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português adianta que não recebeu qualquer pedido por parte das autoridades judiciais relacionado com os acontecimentos que envolveram os filhos do embaixador do Iraque em Ponte de Sor, enquanto a Procuradoria-Geral da República iniciou a abertura de um inquérito, que se encontra em investigação.

"O Rúben não é uma vítima nossa nem nós somos vítimas do Rúben. Somos vítimas das circunstâncias. O que aconteceu naquela noite é algo que acontece quase todos os dias em Portugal, quando se juntam jovens, álcool e mentalidade de grupo", admitiram ontem os irmãos Haider e Ridha, numa entrevista feita, alegadamente, no interior da embaixada do Iraque em Lisboa, a qual recusou responder a qualquer questão colocada pelo Correio da Manhã desde o dia do ataque a Rúben. À SIC, os dois irmãos garantiram que respeitaram "todos os procedimentos policiais, mesmo não estando obrigados a isso devido à imunidade diplomática". "Estamos aqui. Não vamos a lado nenhum", disseram, negando o atropelamento do jovem com uma viatura diplomática.

A Justiça libertou os filhos do embaixador do Iraque assim que mostraram os passaportes e o Ministério dos Negócios Estrangeiros ainda não avançou com o pedido de levantamento da imunidade diplomática. Os dois jovens de 17 anos ainda estão na embaixada, em Lisboa.

O caso pode ter agora uma reviravolta. O embaixador Saad Mohammed Ridha apresentou queixa contra seis jovens – entre eles Rúben – por agressões e insultos aos filhos. No entanto, o Ministério Público assegura que ainda não recebeu qualquer queixa formal por parte do embaixador iraquiano em Portugal, relativamente às agressões ocorridas em Ponte de Sor

Diz que agiram em legítima defesa. A embaixada do Iraque em Portugal já tinha acusado em comunicado que os filhos do embaixador "foram agredidos e insultados por serem árabes" por seis pessoas "num pequeno restaurante" em Ponte de Sor, onde um dos gémeos "estuda aviação civil". O mesmo comunicado refere ainda que os filhos do embaixador terão voltado ao local do incidente, onde houve nova confusão, e só depois foram "à esquadra da polícia reportar o sucedido". 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano confirmou que se "iniciou uma investigação para apurar os detalhes deste incidente" ao mesmo tempo que "reitera a vontade de manter a eficiência das suas missões diplomáticas" com todos os estados, incluindo Portugal, pode ler-se em comunicado. Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português adianta que não recebeu qualquer pedido por parte das autoridades judiciais relacionado com os acontecimentos que envolveram os filhos do embaixador do Iraque em Ponte de Sor, enquanto a Procuradoria-Geral da República iniciou a abertura de um inquérito, que se encontra em investigação.

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