Ao anoitecer de ontem, os judeus de todo o Mundo começaram a celebrar a entrada do Ano Novo - a “Rosh hashaná”, uma das festas mais importantes do calendário hebraico. Em Lisboa, onde a comunidade judaica é formada por cerca de 700 pessoas nascidas na maioria em Portugal, a festa do Ano Novo levou um significativo número de descendentes de Abraão à Sinagoga, sita na Rua Alexandre Herculano.
A abrir os ofícios religiosos, o rabino Schlomo Walkin fez soar o “Shofar”, o bíblico corno de carneiro tão associado aos bons e maus momentos do povo de Israel. A festa do Ano Novo, que dura dois dias, encerra ao anoitecer de domingo próximo. Também é comemorada pelas outras comunidades judaicas existentes no País, caso da de Belmonte e do Porto.
Para Samuel Levy, presidente da direcção da Comunidade Israelita de Lisboa, “esta festividade religosa permite-nos fazer uma profunda reflexão dos nossos actos no ano que findou, sobretudo o nosso comportamento em relação aos outros, levando-nos a uma revisão sobre o que temos de corrigir na nossa conduta.”
Para além de celebrar a chegada do Ano Novo, a “Rosh hashaná” dá assim início a um período especial de arrependimento pelos pecados cometidos, o qual dura dez dias consecutivos, até á festa do “Yom Kippur” ou Dia do Perdão. “Este dia, que este ano começa ao anoitecer de domingo, 15, e termina ao anoitecer de segunda-feira, é o mais sagrado entre nós”, sublinha Samuel Levy. “Pedimos perdão a Deus pelos nossos pecados e observamos jejum absoluto.“Cinco dias depois do “Yom Kippur” tem lugar a terceira grande festa judaica, a “Sukot” (Festa das Cabanas). Comemora não só a saída do povo de Israel do cativeiro do Egipto, conduzido por Moisés para a Terra Prometida, como o mandamento de Deus: “Por sete dias habitareis em sucot, para que as vossas gerações saibam que Eu (o Senhor) fiz habitar os filhos de Israel em sucot quando os tirei do Egipto.”
FESTA, PERDÃO E ESPERANÇA
LAVAR PECADOS
No 1º dia do Ano Novo, ou no segundo se o primeiro dia cair a um sábado, a tradição manda rezar a oração da “Teshlich” onde haja água com peixes, com o fim de lançar os pecados na água. Também é costume as famílias judaicas trocarem votos de bom ano. E comer maçã molhada em mel, com a intenção de obter de Deus “um ano bom e doce”.
JEJUAR UM DIA
Como todos os judeus, quer de Israel quer espalhados pelo Mundo, os cerca de 2.500 judeus radicados em Portugal observam religiosamente o Dia do Perdão. O jejum é tão absoluto que nem água pode ingerir-se, ficando apenas de fora as crianças com menos de 9 anos, os doentes graves e as mulheres que foram mães há menos de 30 dias.
‘SUKKA’
Recordação e esperança fazem a “Festa das Cabanas”. Cada família deve confeccionar uma “sukka” com folhas de palmeira, e fazer no seu interior pelo menos uma refeição por dia.
A “sukka” comemora as tendas provisórias em que os filhos de Israel se abrigaram quando Moisés, por intercessão de Deus, os libertou do longo cativeiro no Egipto.
SHARON ANULA ACORDOS
O primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, afirmou ontem que os Acordos de Oslo, concluídos em 1993, bem como os resultados das conversações mantidas em 2000 em Camp David e Taba já não são válidos.
Numa entrevista ao jornal israelita Maariv, o chefe do governo de Israel afirmou peremptório: 'Oslo deixou de existir. Camp David também, tal como Taba. Não voltaremos a esses lugares’. Para Sharon, a responsabilidade da actual situação cabe ao líder palestiniano, Yasser Arafat, cujo objectivo é ‘provocar o fim de Israel”.
O líder israelita considerou ainda que o problema israelo-palestiniano não se resume ao terrorismo, sendo muito mais amplo. Para Sharon, ele resulta da recusa dos árabes e dos palestinianos de reconhecerem ao povo judeu o direito de existir no seu Estado e na sua Pátria.
Este discurso está de acordo com a política que Sharon adoptou em relação aos palestinianos, ocupando várias áreas. Ainda ontem o Exército israelita dividiu a Faixa de Gaza em três partes, através de barragens rodoviárias, ‘para impedir terroristas de transportarem armas para aquela zona’. Em Jenin, dois palestinianos morreram numa troca de tiros com tropas israelitas. E, na noite de quinta-feira, helicópteros israelitas atacaram alvos em Gaza.
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