A juíza questiona Rui Pinto se quer falar. O arguido diz que não e a sessão termina. É retomada quarta-feira pelas 9h30.

O advogado de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, começa por questionar com alguma ironia "quem é o Benfica neste processo?". Defende que o arguido não se moveu por razões clubísticos e recorda que o FC Porto também teve documentos graves expostos. 

Francisco Teixeira da Mota recorda que foi revelada uma situação gravíssima de corrupção graças a Rui Pinto (relativo a Isabel dos Santos). “Acho graça que o assistente que tem as culpas no cartório (Benfica) venha invocar moralismos”.

A defesa do Benfica quer fazer exposições introdutórias. Rui Patrício começa por explicar que representam três assistentes: Benfica, Benfica SAD e Benfica estádio. "O arguido não admite todos os crimes, mas admite o essencial. Qualifica os atos que praticou como ilegais e condenáveis", afirma. 

"É alguém que se dedicou a pôr em causa a segurança informática, a privacidade. Contribuiremos para esclarecer que o arguido não é um denunciador", continua. O advogado acrescenta que querem demonstrar que Rui Pinto é um pirata informático e não um denunciante protegido. "Os fins não justificam os meios".

“Diz que eram fins de investigação e interesse público, mas eram sim de natureza clubística”, diz Rui Patrício. Acrescenta ainda que há um facto evidente em relação ao hacker: "a colaboração com a justiça só começa quando foi apanhado".

"Acedeu a credenciais de acesso, cedeu a terceiros e divulgou", continua.

A defesa do Benfica afirma ainda que tem também como objetivo "demonstrar que [Rui Pinto] é o autor do blog de Mercado do Benfica”. “A aceitar a defesa do arguido, [este] poderia muito mais que as polícias. Seria a espécie de um super-herói”, diz.

“O arguido foi não mais nem menos do que um assaltante de domicílios informáticos”.

"Neste momento não pretendo prestar declarações", afirma Rui Pinto.

Está presente o advogado que representa o Vitória Sport Club, também visado no processo. A advogada Susana Marques também está presente e representa Luís Filipe Vieira.

A juíza começa por pedir a Rui Pinto que se identifique. O arguido confirma que está desempregado e que a sua última profissão foi um negócio de compra e venda de livros na Hungria. 

Rui Pinto já está na sala de audiência e protegido por três elementos do corpo pessoal da PSP. Está vestido com uma camisola azul, sorridente e pela primeira vez sem colete à prova de bala.

Luísa Teixeira da Mota, advogada de Rui Pinto, disse à chegada ao tribunal que o hacker "é uma pessoa positiva e está bem". "Está naturalmente preocupado com o que tem sido a atuação do Ministério Público que o impede de ter uma vida normal", acrescentou.

Os advogados de Rui Pinto e do Benfica já chegaram ao tribunal