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Liga dos Chineses em Portugal disponibiliza-se para comparticipar despesas de quarentena dos suspeitos de coronavírus

Empresário da restauração pretende dar maior tranquilidade e confiança aos portugueses.

04 de fevereiro de 2020 às 18:53

A Liga dos Chineses em Portugal convidou hoje a Secretária de Estado para as Migrações para almoçar num restaurante chinês e mostrou disponibilidade para comparticipar as despesas de quarentena dos chineses, caso o estado português a torne obrigatória.

A dupla revelação foi avançada à Lusa pelo líder daquela associação, Y Ping Chow, na véspera da reunião na secretaria de Estado liderada por Cláudia Pereira e de onde espera "sair com um sinal de boa vontade e de confiança do Governo português".

"Antes da reunião propus por carta à secretária de Estado, para dar maior tranquilidade e confiança aos portugueses, que nos pudesse acompanhar numa visita a uma loja chinesa ou almoçar num restaurante chinês", revelou o empresário chinês radicado no Porto de um convite igualmente "feito e aceite" à presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz.

E prosseguiu: "da minha maneira de ver, a secretária de Estado não tem motivo para não aceitar o convite. Tudo isto mostrará boa vontade e a confiança do Governo".

Assumindo "dificuldade" em entender por que razão em Portugal "não há a obrigatoriedade de recorrer à quarentena" em casos de doença contagiosa, citou "a força demonstrada pelo Governo chinês, e que por isso foi aplaudido, de pôr 40 milhões de pessoas de quarentena" em Wuhan.

"Pode até nem ser necessária, mas foi para proteger o mundo", enfatizou Y Ping Chow.

Prosseguindo o raciocínio, o empresário da restauração defendeu que quem chega a Portugal vindo da China "devia ficar também de quarentena" e lembrou o apoio que a associação está a prestar aos seus concidadãos como um caminho que pode alargar-se, caso haja vontade política no país de acolhimento.

"Nós estamos a aconselhar e dar aos chineses que chegam as condições para ficarem de quarentena. A associação está a ajudar, mas não tem a capacidade de obrigar as pessoas e, se houver uma lei a obrigá-lo, estamos dispostos a participar na despesa dos chineses", disse.

Os principais sintomas do (2019-nCoV) são respiratórios e podem ser comuns ou semelhantes a uma gripe: febre, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e cansaço. Há doentes que desenvolvem pneumonia viral e até septicemia.

As análises preliminares efetuadas às 20 pessoas repatriadas por Portugal, que chegaram a Lisboa no domingo, tiveram resultados negativos.

Os 18 portugueses e duas brasileiras vão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias em instalações dedicadas para o efeito no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) e no Parque da Saúde de Lisboa.

A China elevou hoje para 426 mortos e mais de 20 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

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