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Liga satisfeita com absolvição de comandante dos bombeiros de Pedrogão Grande mas critica Estado

Liga dos Bombeiros Portugueses emite nota que lamenta que "neste assunto o Estado tenha tido uma atitude vergonhosa".

25 de junho de 2025 às 17:22

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) expressou esta quarta-feira satisfação com a absolvição do comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, no processo dos incêndios de 2017 naquele concelho, e criticou o Estado.

Numa nota enviada à agência Lusa, na qual manifesta satisfação pela absolvição do comandante pelo Tribunal de Relação de Coimbra (TRC) após deliberação igual do Tribunal Judicial de Leiria, a LBP afirma que, "claramente, se fez justiça", e lamenta, de novo, que "neste assunto o Estado tenha tido uma atitude vergonhosa".

"Culmina, assim, um processo dramático da tentativa de responsabilizar o comandante Arnaut por aquilo que o Estado deveria ter assumido desde o início", sustenta a Liga, destacando que, "ao contrário, preferiu iludir a questão e passar ao lado".

Em nome dos bombeiros de Portugal, a LBP "reconhece e evoca as sucessivas provas de caráter e resiliência demonstradas pelo comandante", e, "concluído o processo em si (...), entende ser necessário tirar as conclusões sobre a postura de todos neste processo".

O TRC confirmou esta quarta-feira a absolvição dos 11 arguidos do processo dos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, no qual o Ministério Público contabilizou 63 mortos e 44 feridos quiseram procedimento criminal.

Segundo o TRC, foi negado provimento aos recursos interpostos, mantendo-se a deliberação do Tribunal Judicial de Leiria, de 13 de setembro de 2022.

Nesse dia, o coletivo de juízes da 1.ª instância absolveu o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, então responsável pelas operações de socorro, dois funcionários da antiga EDP Distribuição, atual E-Redes (José Geria e Casimiro Pedro), e três da Ascendi (José Revés, Ugo Berardinelli e Rogério Mota).

A absolvição estendeu-se aos ex-presidentes das câmaras de Castanheira de Pera e de Pedrógão Grande, Fernando Lopes e Valdemar Alves, respetivamente, assim como ao atual presidente do Município de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu.

O antigo vice-presidente do Município de Pedrógão Grande José Graça e a então responsável pelo Gabinete Florestal desta câmara, Margarida Gonçalves, foram, igualmente, absolvidos.

Em causa estavam crimes de homicídio por negligência e ofensa à integridade física por negligência, alguns dos quais graves.

A maioria das vítimas morreu na Estrada Nacional 236-1, que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pera, os outros dois concelhos que, juntamente com Pedrógão Grande, foram os mais fustigados por estes incêndios, que deflagraram em 17 de junho de 2017.

Augusto Arnaut, então comandante das operações de socorro, foi julgado por 63 crimes de homicídio e 44 de ofensa à integridade física, 12 dos quais graves, todos por negligência.

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