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Atualizado a 09 de abril de 2025 às 23:03

“Havia confiança nas pessoas": Rui Costa diz que contratos nem sempre eram debatidos no conselho de administração

Processo 'Saco Azul'

 - Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica é, esta quarta-feira, julgado no âmbito do processo do 'Saco Azul', no Campus de Justiça, em Lisboa. Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira são também arguidos. O tribunal aceitou que Domingos Soares de Oliveira não esteja presente na sessão, uma vez que, se encontra na Arábia Saudita.

 - Em causa estão 22 crimes entre fraude fiscal qualificada e falsificação de documentos. 

 - De acordo com a acusação do Ministério Público, está em causa um esquema de prestação fictícia de serviços informáticos num montante de 2,2 milhões de euros. É mencionado que o Benfica emitiu faturas e, posteriormente, pagou à Questão Flexível por trabalhos que já estavam sob alçada de outros fornecedores e que nunca foram efetivamente prestados.

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 18h56

Termina sessão

 

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 18h55

Luís Filipe Vieira e Miguel Moreira vão falar na próxima sessão

Juiz propõe continuar a questionar Bernardes na próxima sessão.

Luís Filipe Vieira e Miguel Moreira vão falar na próxima sessão, dia 8 de maio.

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 17h22

José Bernardes: “O nosso trabalho com o Benfica ainda continua até hoje a dar suporte”

“Em 2018 ainda tinha negócios com o Benfica?”, questiona o juiz.
O nosso trabalho com o Benfica ainda continua até hoje a dar suporte”, confirma José Bernardes.

O juiz chama de “egípcio rico” a José Bernardes, na sequência de ter aberto uma conta no Millennium de onde queria tirar milhares de euros.
José Bernardes diz que nada teve a ver com o Benfica.
A BBS - Best for Business - foi a primeira empresa de Bernardes a trabalhar com o Benfica. Depois abriu mão para uma outra empresa, a Dynethic. Mais tarde, a Dynethic passa o projeto à QuestãoFlexível, lda., para abraçar outros projetos que apareceram.

“O seu trabalho valia o valor que o Benfica pagou à empresa?”, pergunta o juiz. “As pessoas vêm cá dizer que é o Ronaldo dos sistemas informáticos?”, acrescenta o magistrado.
“Eu não me revejo assim. Existem clientes que 20 anos depois continuam a ser meus clientes”, responde José Bernardes.

“Os quatro últimos pagamentos não foram feitos pelo Benfica. As duas partes acordaram cessar o pagamento de faturas. Por que é que terminou assim?”, pergunta o juiz.
“Os contratos têm bom senso de parte a parte. Passados seis meses, se vir que não existe a necessidade de haver uma atenção tão dedicada, termino.”, diz Bernardes.
Nunca tive contrato que me obrigasse a estar 24 horas disponível para o Benfica”, acrescenta.

José Bernardes não quis falar sobre as transferências do Benfica.

O magistrado propõe continuar a questionar Bernardes na próxima sessão do julgamento, marcada para dia 8 de maio.

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 17h04

Luís Filipe Vieira e Miguel Moreira serão ouvidos na próxima sessão do julgamento

Luís Filipe Vieira e Miguel Moreira serão ouvidos na próxima sessão do julgamento, no âmbito do processo 'Saco Azul', marcada para dia 8 de maio.

O depoimento do antigo presidente do Benfica estava previsto para esta quarta-feira, no Campus da Justiça em Lisboa.

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 15h22

José Bernardes: "Não conheço pessoalmente Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira"

As declarações feitas em fase de instrução por José Bernardes, empresa que segundo o MP foi contratada pelo Benfica, estão a ser reproduzidas no tribunal.
"Por exemplo, fiz um projeto. Uma ideia de marketing, que tinha como principal objetivo haver uma ligação maior ao sócio Benfica", referiu Bernardes para explicar os serviços de "consultoria" que prestava inicialmente.
"Não conheço pessoalmente Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira", disse também em fase de instrução.
Após a reprodução das declarações, o juiz questiona José Bernardes que continua a não querer falar.
"Já conhecia Miguel Moreira e Luís Filipe Vieira antes do Benfica?", pergunta o juiz.
"Não", diz Bernardes.
Magistrado pergunta: “Disse que Miguel Moreira era meio agressivo a falar. Mudou quando o conheceu?”
“Conheci o Miguel em termos profissionais. A relação profissional levou a uma relação mais pessoal. Mesmo assim, nunca fui a casa dele. É uma relação de empatia, que se tornou mais do que profissional”, respondeu José Bernardes.
“Passou a ter alguma relação com Vieira?”, questiona o juiz.
“Nunca estive tão próximo de Vieira como estive hoje”, afirma José Bernardes.
“Esse tipo de agressividade de Miguel Moreira era aquela que estava a referir-se?”, pergunta o juiz.
“Nunca foi fácil negociar um contrato com o Benfica. O Miguel Moreira atrasava sempre as coisas. O discurso roçava na agressividade. Às vezes chamava-me de amigo. Justificava com “este é o preço do mercado”. Nunca era uma negociação fácil”, diz José Bernardes.

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 14h24

Sessão retomada

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 13h51

“Os contratos foram verdadeiros e não fictícios”: João Medeiros sobre justificações dadas ao juiz por Rui Costa

A carregar o vídeo ...

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 13h13

“Tem que ir e ganhar”: Luís Filipe Vieira sobre Rui Costa ser dispensado do tribunal para acompanhar equipa do Benfica

A carregar o vídeo ...

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 12h20

Sessão retoma às 13h45

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 12h17

Rui Costa: "Se fosse a ler todos os contratos que passam pelo Benfica, não faria mais nada no clube"

“A colaboração das sociedades do Benfica entre Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira cessou. Teve alguma coisa a ver?”, pergunta o juiz.

“Não, de todo. Mantenho a relação de confiança”, diz Rui Costa.

Magistrado pergunta:  “Na análise interna do clube, quem recebeu a notícia?”

“A administração, eu, Domingos Soares de Oliveira, Vieira, Rui Cunha, João Copeto, Nuno Gaioso...os administradores da altura estavam todos", diz Rui Costa.

“Sobre os contratos. Todos os contratos ligados ao IT são discutidos em administração?”, questiona a magistrada. Rui Costa diz que não.

“Não sei se este contrato foi falado em Conselho de Administração. Com tanta matéria de IT, houve muitas conversas para desenvolver essa área no clube”, diz Rui Costa, acrescentando ainda que “não tem conhecimento de causa sobre o IT". "Sei da importância que teve na evolução do clube. Isso consigo avaliar.”

“Tinha confiança em Domingos Soares de Oliveira e João Copeto mais do que nos documentos?”, pergunta a magistrada. Rui Costa diz que sim.

Dr. Magalhães e Silva questiona Rui Costa.

“Quando foram dadas explicações sobre este contrato, Luís Filipe Vieira estava presente?”

Rui Costa diz que “estava presente no Conselho de Administração. Grande parte desses contratos passavam mais por Miguel Moreira. Não acredito que Luís Filipe Vieira tivesse conhecimento suficiente de IT. Tinha de confiar nas pessoa como eu.”

“Se fosse Rui Costa hoje perante este contrato. Assinaria?”, questiona.

“Sim. Se fosse a ler todos os contratos que passam pelo Benfica, não faria mais nada no clube”, diz Rui Costa.

João Medeiros, advogado do Benfica, questiona agora Rui Costa.

“IT seria da competência da Benfica SAD ou Benfica Estádio?”, pergunta.

“Seria da SAD. Era na SAD onde se desenvolviam os processos, mais até do que a administração.”

“Para si dois milhões de euros, é o valor de um contrato avultado?”, questiona o advogado João Medeiros.

“Não. Não é um contrato extraordinário, mas também não é banalizado”, responde Rui Costa.

“Contratos eram maioritariamente assinados por Luís Filipe Vieira e domingos? Não há qualquer anormalidade nisso, certo? Só assinava o Rui, caso estivessem ausentes?”, questiona o juiz.

"Sim, exatamente", diz Rui Costa.

“Se o contrato fosse fictício, como está a ser falado, tinha de haver outros contratos para se realizar o IT?

“Confirmo, sim. Não consigo definir que empresa faz isto e aquilo, relativamente ao IT. Os serviços externos têm de ser contratos para apoiar”, diz o atual presidente.

“Se houver problemas com a emissão de bilhetes, quem resolve?”, juiz.

"Seria o IT. Tenho a garantia que isso não acontece agora e que se acontecer irão resolver. Para o Benfica é indiferente o número de funcionários, mas sim a competência”, diz Rui Costa.

Momento caricato agora: “Sou supersticioso. Vou bater na madeira para que isso não aconteça.”

Começam os advogados do Benfica a fazer perguntas. “Sei que não havia nenhuma irregularidade no contrato”, diz Rui Costa.

"Um contrato durante três anos de dois milhões de euros, para uma só pessoa. Da uma média de 50 mil por mês. Não é avultado?, perguntam.

“Não é uma situação extraordinária para o clube. Depende da função, daquilo que seja a prestação de serviços”, diz o atual presidente.

“Percebeu qual era a relação entre Miguel, Vieira e os outros três senhores?”, pergunta o juiz.

“Nunca me apercebi que se conhecessem. Senão até conhecia as pessoas”, diz o presidente.

“Um problema informático a nível da bilheteira era um caos?”

“Evidente”, diz Rui

Terminam as declarações de Rui Costa. “Há meia final da taça. Tenho de ir para cima para o norte”, termina Rui Costa. O tribunal aceitou dispensar o presidente do Benfica. 

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 12h13

Rui Costa: "Nada nos faz desconfiar de Miguel Moreira. Foi tudo justificado"

Rui Costa continua a fazer declarações em tribunal. 

“Alguma vez se apercebeu de dinheiro vivo a circular no clube?”, questiona o juiz.

“Nunca tive suspeitas de nada. Nunca vi, nem me apercebi. Não estava no departamento financeiro”, afirma Rui Costa.

"Havia necessidade que justificasse isto?”, pergunta o juiz.

“Não consigo entender, nem visualizar. Nunca o Benfica naqueles anos pensou. Não bate a bota com a perdigota”, responde Rui Costa.

O juiz questiona "como é que as sociedades receberam essa notícia e quais as eventuais consequências”.

“A nível futebolístico, foi bastante prejudicial. Atacamos internamente para perceber que contrato era este. Nada nos faz desconfiar de Miguel Moreira. Foi tudo justificado. Nada nos fez pensar de outra forma.”, admite Rui Costa.

“Como é que reagiu Luís Filipe Vieira?”, questiona o juiz.

“A reação foi a mesma que a minha, tranquilo. A tranquilidade interna dos trabalhos do Benfica. Tudo justificado, visto pelas pessoas responsáveis por esse departamento”, assegura Rui Costa, falando em “mais revolta do que preocupação, já que poderia prejudicar o futebol”. 

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 11h34

“Havia confiança nas pessoas": Rui Costa diz que contratos nem sempre eram debatidos no conselho de administração

O magistrado questiona Rui Costa se as sociedades que representa se reveem na acusação. “Nessa altura, neste caso, eu não estava na presidência mas era administrador do clube. Não tenho muito para acrescentar”, diz Rui Costa. “Foi-nos explicada a razão deste contrato e nada me leva a crer que não seja um contrato útil para o clube”, acrescenta.

 “Foi-me explicada a finalidade do contrato e nada me leva a pensar que não foi uma coisa importante para o clube”, diz o atual presidente.

“Conhece os restantes arguidos?”, questiona o juiz. “Conheço bem o Miguel Moreira, posso dizer que sou amigo dele, sim”, afirma o atual presidente do Benfica.

“Trabalhamos 15 anos juntos no Benfica, temos uma ligação. José Raposo não conheço, José Bernardes também não, assim como o Paulo Silva”, acrescenta.

Juiz: “Neste período que se fala na acusação, começa em 2015 e vai até 2018, sempre foi vogal do conselho de administração das duas sociedades?”

“Sim, é isso”, responde Rui Costa.

“Muitos desses contratos passavam pelas nossas mãos sim. Normalmente as assinaturas eram feitas por Luís Filipe Vieira”, diz. “Assinei muitos contratos, ainda assim”, recorda Rui Costa. 

“Havia debate antes das assinaturas nos contratos? Por exemplo os jogadores… são quantias muito avultadas. Não havia esse debate?”, pergunta o juiz.

“Tenho de separar as águas, mas falando de jogadores sempre discutimos. Mas as ações diárias no máximo era feita uma suma do que estava a ser feito e com a respetiva justificação”, diz Rui Costa.

Quem fazia essa suma?, questiona o juiz.

"Muitas das vezes, Miguel Moreira, mas dependia da matéria que estava em cima da mesa", diz o atual presidente.

O juiz pergunta: “Podemos assumir que relativamente a contratos de alguma dimensão havia debate no conselho de administração?”

“Nem sempre, havia confiança nas pessoas"
, responde Rui Costa. 

“Quando se levantou a questão deste contrato foi-me dada a explicação. Para mim, plausível”, diz Rui Costa.

“Conseguiu perceber se houve trabalhos desta empresa?”, pergunta o juiz.

“Não tenho conhecimentos de IT, somente passaria por mim se fosse para scouting de jogadores. Não lhe sei dizer”, diz Rui Costa

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 10h14

Começa a sessão

Rui Costa começa a identificar-se. Está em representação oficial do Benfica. O juiz afirma: “Todos os arguidos têm o direto de falar e não falar. Podem dizer tudo o que entenderem.”

“Podem confessar os factos da acusação. Confessar significa assumir, na totalidade ou em parte. Podem dar as explicações que entenderem”, começa por explicar o magistrado. “São as regras do jogo”.

O juiz questiona Rui Costa se conhece a acusação, se a leu. “Não li, mas sei sim”, responde.

Juiz faz uma breve explicação dos factos que aqui se discutem hoje. Rui Costa vai falar. 

Prosseguem as restantes identificações. É a vez de José Bernardes, proprietário da questão flexível.

Juiz recorda: “Caso se ausentem de casa mais de 5 dias têm de avisar o tribunal. Podem fazê-lo mas temos de saber onde os podemos notificar”.

Dispensa-se a leitura da acusação que é “de facto muito longa”. José Bernardes também vai dar esclarecimentos assim como Miguel Moreira. 

Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 10h11

“Acredito na Justiça”: Luís Filipe Vieira diz estar tranquilo para julgamento do processo 'Saco Azul'

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Quarta-feira, 09 de abril de 2025 às 09h57

“Estou completamente tranquilo”: Rui Costa confiante na primeira sessão do julgamento da Operação 'Saco Azul'

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Publicada originalmente a 09 de abril de 2025 às 10:07

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