A edição de hoje
Vítor Sereno era chefe de gabinete do ministro PSD durante polémica com Silva Carvalho.
Luís Neves foi, na quinta-feira, reconduzido para o seu terceiro mandato de três anos à frente da Polícia Judiciária. Estava em gestão corrente desde junho por falta de decisão e um tabu do Governo. O primeiro-ministro Luís Montenegro divulgou ainda o nome do embaixador Vítor Sereno – ex-chefe de gabinete de Miguel Relvas – para liderar as secretas; ele que se viu envolvido na polémica do ex-espião Jorge Silva Carvalho, de quem terá recebido em 2011 emails e SMS com propostas de nomes e funcionamento das secretas. Também foi nomeada na quinta-feira a procuradora Patrícia Barão como ‘superpolícia’ – secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI).
A nova comissão de serviço de Luís Neves, que entrou na Polícia Judiciária em 1995 (e desde sempre esteve ligado ao combate ao crime mais violento) e é diretor-nacional desde junho de 2018, é justificada pelo “desempenho” – aquela polícia modernizou-se e recuperou efetivo.
O novo secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), que coordena o SIS (secreta interna) e o SIED (externa), será o embaixador Vítor Sereno, de 53 anos. Diplomata desde 1997, era agora embaixador no Japão e cumpriu funções no Senegal e em Macau, entre outros. Foi chefe de gabinete de Miguel Relvas (PSD) quando este foi ministro dos Assuntos Parlamentares e viu-se envolvido na referida polémica, que sempre negou e não lhe trouxe consequências. Vai a audição parlamentar.
A nova ‘superpolícia’ é Patrícia Brandão. De 50 anos, está no Ministério Público desde 2000 e exercia agora no Tribunal Constitucional. Esteve em Ourique, Ourém e no DIAP de Lisboa. Vai coordenar os órgãos de polícia criminal e secretas, a unidade de contraterrorismo e a de fronteiras, bem como bases de dados de cooperação internacional.
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