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Máfias controlam amêijoa no Tejo

Centenas de estrangeiros ilegais em condições desumanas.

03 de maio de 2018 às 08:40

São portugueses, do leste europeu e da Ásia. E em comum têm o facto de, diariamente, irem às águas do Tejo, junto ao Samouco, Alcochete, apanhar amêijoa. Apurou o CM que, atualmente, vendem cada quilo a cerca de três euros e meio.

Muitos destes mariscadores, em especial os asiáticos, vivem em condições deficitárias. Um negócio controlado, em parte, por grupos organizados – máfias. O SEF confirmou que existem dois inquéritos a correr nos quais se investigam crimes de tráfico de pessoas e auxílio à imigração ilegal.

"Vivem em condições desumanas, muitos numa garagem só, amontoados uns em cima dos outros", conta ao CM Pedro Ferreira, presidente da junta do Samouco, referindo-se a uns armazéns junto ao cemitério, que outrora guardaram gado. "Nem sabemos se há água potável", conta, referindo que pouco podem fazer, a não ser estar em contacto com as autoridades.

Um negócio lucrativo do qual ninguém quer falar. A reportagem do CM abordou algumas das cerca de mil pessoas que ontem, pela hora do almoço, saíram da água quando a maré começou a subir. E remeteram-se todas ao silêncio.

Muitos chegaram à praia fluvial do Samouco de cara tapada, com sacas às costas. Amêijoa que muitas vezes é vendida logo no local a intermediários, mas sempre de uma forma discreta.

"Depois saem em carrinhas que atravessam o País todo. A indicação que temos é que muita da amêijoa vai para o norte de Espanha de forma ilegal", esclarece Pedro Ferreira.

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