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Mais de dois mil bombeiros combatiam 37 incêndios à meia-noite

Os mais preocupantes lavravam em Pombal, Ourém e Carrazeda de Ansiães.

10 de julho de 2022 às 07:23

Mais de 2 300 operacionais combatiam esta noite 37 incêndios florestais, os mais preocupantes dos quais lavravam em Pombal, Ourém e Carrazeda de Ansiães e mobilizavam mais de metade dos bombeiros no terreno, segundo a Proteção Civil.

Em declarações à Lusa por telefone, Pedro Araújo, oficial de operações do comando de emergência e proteção civil, explicou que o incêndio que deflagrou na sexta-feira em Vale da Pia, concelho de Pombal, distrito de Leiria, é um dos que mais preocupa a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, porque "tem evoluído com mais violência".

Após reforços do dispositivo de combate, este incêndio estava cerca das 00h00 a ser combatido por 479 bombeiros, apoiados por 153 veículos.

As chamas obrigaram também a algumas evacuações preventivas, incluindo a retirada de oito idosos, um dos quais teve de receber assistência por queimaduras e inalação de fumo.

Com várias frentes ativas, Pedro Araújo disse não ser possível fazer uma previsão de quando o incêndio poderá estar dominado.

Outro fogo que suscita preocupações é o que teve início na quinta-feira na localidade da Cumeada, concelho de Ourém, distrito de Santarém, que mobilizava cerca da meia-noite 768 operacionais e 241 veículos e já tinha "uma vasta área ardida", disse o oficial.

Apesar do "número expressivo de meios" envolvidos, o combate ao incêndio de Ourém "ainda está muito desfavorável", estando o comando operacional a "apostar no período noturno" para contribuir para o seu domínio.

A topografia do teatro de operações e os ventos fortes que se fazem sentir estão a dificultar o trabalho dos bombeiros, explicou Pedro Araújo, acrescentando que 23 pessoas, entre civis e operacionais, já foram assistidas neste incêndio, seis das quais - cinco bombeiros e um civil - tiveram de ser transportadas ao hospital.

O fogo de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, que deflagrou na quinta-feira, já esteve dominado e reativou-se, tendo agora duas frentes e sendo combatido por 188 operacionais, apoiados por 61 veículos.

Este incêndio obrigou a assistir três bombeiros e um militar da GNR, acrescentou o oficial.

Num 'briefing' no sábado, às 19h00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, já manifestara preocupação com estes três incêndios e alertara que as previsões meteorológicas para a noite não são favoráveis ao combate às chamas.

"A situação meteorológica expectável para a noite não nos deixa muita margem de manobra [...]. Estamos a falar de uma noite com vento com alguma intensidade do quadrante Leste, humidades relativas muito baixas e a temperatura mínima acima dos 25°, o que não vai facilitar o combate", alertou então.

Na ocasião, André Fernandes disse que o incêndio de Carrazeda de Ansiães afetava apenas esse município, o de Ourém já afetava três concelhos -- Ourém, Ferreira do Zêzere e Alvaiázere - de dois distritos, Santarém e Leiria -, enquanto o fogo de Vale da Pia afetava três municípios - Pombal, Ansião e Alvaiázere.

Também no sábado, o ministro da Administração Interna anunciou que o Governo decidiu declarar a situação de contingência entre segunda e sexta-feira, permitindo que a Proteção Civil mobilize "todos os meios de que o país dispõe" para combater os incêndios num período em que se preveem temperaturas superiores a 45° em alguns pontos do país.

José Luís Carneiro explicou que a decisão se deve à previsão de agravamento das condições meteorológicas associadas a um elevado risco de incêndio, com a conjugação de fatores como a seca que se vive no país, níveis de humidade muito baixos, a previsão de ventos de várias orientações e noites muito quentes, o que não dá garantia de que haja reposição de humidade para níveis de segurança.

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