Investigação defende que piloto estava "autorizado e certificado" a efetuar voo que matou cinco militares da GNR.
Já foi retirada a cauda do helicóptero que caiu no rio Douro
O piloto avistou uma ave de médio porte, que seguia à mesma altitude e na mesma trajetória do helicóptero, e foi forçado a efetuar uma manobra que culminou com a aeronave a embater na superfície da água a cerca de 185 km/hora.
Esta é, para os investigadores do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários, a causa mais provável para o acidente no Douro, ocorrido na sexta-feira, e que ceifou a vida a cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR.
Documentos
2024-09-04_00_59_01 cidente heli.pdfO acidente aconteceu às 11h32 quando o piloto e os cinco GNR regressavam à base, em Armamar. Antes, tinham sobrevoado o incêndio de Baião, que não chegaram a combater.
Foi já em direção à cidade de Peso da Régua que o helicóptero iniciou uma descida constante e, para se desviar da ave, o piloto efetuou uma manobra que o obrigou a desviar-se para a direita, retomando a rota logo de seguida.
Mas o que transparece da nota informativa é que não mais conseguiu controlar o aparelho e não evitou a colisão, que aconteceu em poucos segundos e a alta velocidade. Ainda assim, as conclusões preliminares dizem que os motivos para a colisão com a superfície da água estão ainda "por determinar".
Os destroços do helicóptero ficaram espalhados no leito do rio, entre quatro e seis metros de profundidade, numa área de quase 4 mil metros quadrados. Foram todos concentrados no hangar do Aeródromo de Viseu.
Na terça-feira, foi recuperada a cauda da aeronave, que será também determinante para uma investigação mais profunda que vai continuar nos próximos meses. O Ministério Público também já abriu um inquérito que está a correr no DIAP de Lamego.
O Governo, que acompanhou os funerais das vítimas da tragédia no Douro, anunciou que vai já avançar com a indemnização aos familiares dos cinco militares.
Piloto autorizado e certificado para voar sobrevive
Luís Filipe Rebelo, 44 anos, é o único sobrevivente da tragédia. As conclusões da investigação têm em conta o depoimento prestado e lembram que "estava devidamente autorizado e certificado para realizar o voo". A sua família (mãe e filha menor) solicitaram apoio psicológico.
Nota informativa na íntegra:
"No dia 30 de agosto de 2024, às 11:131, o centro de meios aéreos de Armamar recebeu ordem de missão para combate a um incêndio na zona de Baião, distrito do Porto. Às 11:20, o piloto e uma equipa de cinco elementos da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, descolaram a bordo de um helicóptero AS350B3+ com registo EC-LBV.
Ao sobrevoarem a localidade de Fojo, Baião, após avaliação do cenário pelo chefe de equipa da UEPS a bordo, às 11:30 foi decidido o regresso da aeronave à
sua base por não se justificar o emprego dos meios num incêndio com o perímetro já circunscrito.
No voo de regresso à base de Armamar a aeronave iniciou uma descida constante, onde sobrevoou a margem esquerda (sul) do Rio Douro em direção à cidade de Peso da Régua.
No decurso dessa descida, segundo as declarações do piloto, este terá observado uma ave de médio porte à mesma altitude e na trajetória do helicóptero, que o obrigou a executar um desvio à direita, retomando
a rota logo de seguida.
Dos dados recolhidos até ao momento não foi possível determinar de forma independente o ponto de execução dessa manobra.
Em sequência, pelas 11:32, mantendo a descida em direção ao rio em volta à esquerda, a aeronave colidiu com a superfície da água com uma velocidade em torno dos 100 nós (185 km/h) por motivos a determinar.
No processo de dissipação de energia ocorrido durante a colisão, o piloto, sentado à direita, e o ocupante da cadeira esquerda do cockpit foram projetados para fora da aeronave.
Da violenta colisão com a água, o helicóptero sofreu uma deformação da cabine incompatível com a sobrevivência dos seus ocupantes. A integridade estrutural ficou comprometida, libertando parte dos elementos de revestimento em material compósito. Estes componentes de baixa densidade ficaram à
superfície enquanto os restantes destroços assentaram no leito do Rio entre 4 e 6 metros de profundidade numa área de aproximadamente 3600 metros quadrados.
Da colisão resultaram ferimentos fatais para os 5 elementos da UEPS e ferimentos graves do piloto, que conseguiu vir à superfície e ser resgatado por pessoas no local.
Ao local acorreram as corporações de bombeiros locais e forças de segurança para prestar auxílio aos ocupantes da aeronave.
À data da publicação da nota informativa, estão ainda por recolher do rio componentes do painel de instrumentos da aeronave, por dificuldades na sua localização.
Constatações relevantes da nota informativa:
O piloto estava devidamente autorizado e certificado para realizar o voo.
A aeronave estava autorizada a voar de acordo com os regulamentos em vigor.
As evidências sugerem que o motor da aeronave estava a produzir potência no momento da colisão.
A meteorologia para a área estava propícia à realização do voo descrito, apresentando céu com algumas nuvens, o vento de Norte com fraca intensidade e uma temperatura em torno dos 26 ºC."
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