page view

Marcelo Rebelo de Sousa alarmado com fogos e coronavírus

Presidente da República visita concelhos fustigados pelos incêndios de junho de 2017, que provocaram 66 mortos e 253 feridos.

18 de junho de 2020 às 08:37

O Presidente da República revelou ontem estar preocupado e apreensivo com a possibilidade de a pandemia de Covid-19 e os incêndios coexistirem no verão, que começa para a semana. “Vão ser dois desafios muito diferentes”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa que ontem visitou e elogiou bombeiros e populações dos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, municípios que foram fustigados pelo incêndio que deflagrou a 17 de junho de 2017. O combate ao fogo durou mais de uma semana - 66 pessoas morreram (42 só na EN36, a ‘estrada da morte’) e 253 ficaram feridos.

Para o chefe de Estado, “o ideal” seria que a Covid-19 e os incêndios “não acontecessem ao mesmo tempo”, mas a coexistência dos dois problemas pode verificar-se tendo em conta que o número de novas infeções ainda ronda os 300 casos diários e a época crítica dos incêndios florestais está a aproximar-se - a partir de domingo estão previstas temperaturas que poderão chegar aos 40 graus. De resto, Marcelo Rebelo de Sousa visitou ontem a região e constatou que a reforma da floresta e o ordenamento do território ainda são uma miragem: “É uma questão longa, por razões culturais, económicas, sociais e demográficas, e mais difícil em áreas mais pobres e envelhecidas”, afirmou, salientando e reconhecendo que “ainda há muito a fazer” em matéria de coesão territorial. “É uma aposta de futuro”, vaticinou.

O Presidente da República elogiou o papel dos bombeiros. “Não há estrutura de proteção civil, por muito sofisticada que seja, com outros corpos, outras instituições, outras estruturas, que substituam os bombeiros", disse Marcelo, lembrando que as corporações “perderam receitas” com a pandemia.

Os familiares das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, sentem que o caso não ficou resolvido. “Há um sentimento de que ainda falta fazer justiça”, destacou ontem Dina Duarte, da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande.

O Ministério Público abriu um inquérito para apurar as responsabilidades no fogo e acusou 13 arguidos, entre autarcas, bombeiros e engenheiros. Também o processo de reconstrução das casas ardidas foi investigado e 28 pessoas acusadas, entre elas o presidente da Câmara de Pedrógão Grande.

O grupo parlamentar do PSD requereu ontem o agendamento de um debate de atualidade para a sessão plenária de hoje com o tema ‘Pedrógão Grande, três anos depois’.

As falhas do SIRESP ainda se mantêm em várias zonas. “Houve uma melhoria em alguns locais, mas as zonas ‘fantasmas’ continuam sem rede nenhuma”, disse ao CM Jorge Martins, comandante dos Bombeiros de Figueiró dos Vinhos.

O Presidente da República chegou a Figueiró dos Vinhos às 10h55, cinco minutos antes de começar a missa no Convento da Srª do Carmo. Marcelo visitou depois os bombeiros dos três concelhos e Rui Rosinha, operacional que ficou ferido.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8