A edição de hoje
José Silva levou o corpo de Maria João na mala do carro.
Cansada das agressões verbais e físicas constantes de que era vítima por parte do companheiro, Maria João Cordeiro, de 52 anos, residente em Delgada, Bombarral, ganhou coragem e apresentou queixa na GNR.
Esta sexta-feira, após ter sido constituído arguido no processo de violência doméstica, José Augusto Silva, 54 anos, esfaqueou-a até à morte. Maria João é a 23.ª mulher a morrer em contexto de violência doméstica este ano.
Os dois já estavam separados desde julho. Na sexta-feira, o suspeito esperou-a no átrio do lar de idosos onde Maria João trabalhava e quando ela se preparava para sair, às 00h30, desferiu-lhe vários golpes com uma faca. Depois colocou-a na bagageira do carro e percorreu 19 quilómetros até às Caldas da Rainha, onde se entregou à PSP. Já está em preventiva.
A família de Maria João não via a relação com bons olhos, por existirem relatos de maus-tratos a anteriores companheiras. Os dois conheceram-se em bailes e viviam juntos em casa da vítima. A união durava há ano e meio, com momentos conflituosos, envolvendo cenas de ciúmes e discussões por causa da filha de Maria João, de 12 anos, fruto de outra relação.
A gota de água aconteceu a 31 de julho, altura em que após ter sido agredida com empurrões e bofetadas Maria João foi à GNR apresentar queixa. Ao regressar a casa, já José Augusto tinha saído, indo viver para Caldas da Rainha. Desde então, nunca compareceu à convocatória da GNR para ser ouvido. Na quarta-feira, o homem foi ao posto do Bombarral e foi constituído arguido, não prestando declarações. Irritado com a queixa, resolveu vingar-se. Foi ao encontro de Maria João, no lar onde trabalhava e matou-a.
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