Menina prematura conhece parteiros

Joana Pereira nasceu a 5 de abril de 2007, num parto prematuro com várias complicações, realizado em casa sem apoio médico. Com a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM inoperacional por falta de médico, a menina salvou-se graças a dois bombeiros da corporação de Penafiel, que, oito anos depois, ela quis conhecer. O reencontro aconteceu no quartel e trouxe à memória dos bombeiros momentos que tiveram tanto de nervosismo como de alegria.

"Quando chegámos, encontrei a mãe em pânico. Não deixava ninguém mexer-lhe e só queria ir para o hospital", recorda Fernando Campos. O atual 2º comandante lembra também que Joana "nasceu dentro da bolha de água" que teve de rebentar e com o cordão umbilical à volta do pescoço e do braço direito da bebé. "Tive que amparar a criança e, com as próprias mãos, desenrolar o cordão. Foi a altura mais complicada", frisa.

Quartel foi sala de parto natural

Bombeiros agraciados após parto

Nesse dia, o alerta do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) colocou o quartel em sentido. Uma mulher de 33 anos estava, há cerca de uma hora, em trabalho de parto. De imediato, Fernando Campos e o atual chefe José Lopes saíram na primeira ambulância, sabendo de antemão que não teriam apoio da VMER. A equipa do INEM chegaria a Croca mais tarde, de helicóptero.

A mãe, Maria Fátima Campos, garante que a prestação dos homens foi fundamental para o sucesso do parto. "Os bombeiros foram cinco estrelas e, por isso, quisemos agradecer-lhes agora que regressámos da Suíça", diz.

"Vieram-me à memória os momentos difíceis que passámos naquele dia. Mas também os bons", sustenta Fernando. "Só quem passa por um momento daqueles é que sabe o que se sente", resume José.