Acidente vitimou jovem de 20 anos no Marco de Canaveses.
Morre ao lançar foguete em visita pascal
Um jovem de 20 anos morreu esta segunda-feira e outro ficou ferido, quando estavam a lançar foguetes da visita pascal no jardim de uma casa, na freguesia de Constance, no Marco de Canaveses.
De acordo com o comandante local da GNR, o jovem estaria junto ao tubo de fogo quando aquele foi ativado à distância. "O tubo estava no chão e prestes a ser ativado quando o jovem meteu a cabeça à frente e foi atingido pelo fogo", explicou à Lusa o comandante Rui Pinto.
O jovem ferido, de 22 anos, foi transportado para o Hospital Padre Américo, em Penafiel, unidade de saúde do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.
O alerta foi dado cerca das 10h00 e estiveram no local os bombeiros do Marco de Canaveses, a GNR local e a viatura médica do Vale do Sousa. O cadáver já foi removido para o Instituto de Medicina Legal no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, para autópsia. Uma equipa de minas e armadilhas da GNR foi mobilizada no local, para investigar as causas do acidente.
Compasso pascal cancelado
Segundo a autoridade policial, os jovens integravam as equipas do compasso pascal que realizavam a visita às habitações daquela freguesia. Tanto a vítima mortal como o ferido são da freguesia de Sobretâmega, em Marco de Canaveses.
O fogo estava a ser lançado para assinalar a visita pascal a uma casa no lugar de Ladário, em Constance. O lançamento teria sido encomendado pelos donos a casa a uma fábrica de pirotecnia do concelho.
O compasso pascal na freguesia de Constance, em Marco de Canaveses, foi cancelado após este incidente mortal, informou fonte dos bombeiros.
Jovem que morreu estava credenciado
O jovem que foi atingido mortalmente por um engenho pirotécnico pertencia a uma família de fogueteiros e estava "devidamente credenciado" para aquela atividade, informou fonte dos bombeiros.
2.º comandante dos Bombeiros de Marco de Canaveses, Rui Vasconcelos, disse à Lusa que o jovem seria mesmo um dos principais "especialistas" da empresa no lançamento daquele tipo de fogo. "É uma empresa da família, com largos anos de atividade e atualmente gerida pelo pai da vítima", acrescentou Rui Vasconcelos.
O jovem, de 20 anos, foi atingido "em cheio" na cabeça pelo rebentamento de uma balona. "Alguma coisa não correu bem com uma balona, o jovem terá ido ver o que se passava e foi atingido em cheio na cabeça pelo rebentamento, tendo morte imediata", acrescentou Rui Vasconcelos.
Segundo Rui Vasconcelos, o rebentamento causou ainda ferimentos a um outro jovem, que foi transportado ao hospital mas que se encontra "estável e livre de perigo".
Ferido sofreu várias escoriações
O homem de 22 anos que ficou ferido no rebentamento de um tubo de fogo, no Marco de Canaveses, não corre perigo de vida, disse à Lusa fonte do Hospital de Penafiel.
Segundo a fonte, o jovem sofreu várias escoriações e ferimentos no couro cabeludo, mas a situação "não é considerada grave". "O ferido também não sofreu queimaduras", acrescentou a fonte.
O hospital acrescentou que aquela vítima do rebentamento está a ser submetida a vários exames e análises de rotina.
Falharam procedimentos de segurança
A Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE) defendeu que a morte de um jovem, em Marco de Canaveses, na sequência do rebentamento de um tubo de fogo, poderá ter resultado da "falha" dos procedimentos de segurança.
"Algum procedimento de segurança falhou antes, durante e depois do lançamento do dispositivo pirotécnico. Ou, por algum motivo, os jovens não se aperceberam que os tubos já tinham sido ativados e foram espreitar para ver se estava tudo bem, ou teria havido a projeção do material e a peça não saiu na sequência normal, por algum atraso pirotécnico, e pensaram que já não existiria perigo e aproximaram-se", explicou à Lusa o presidente da ANEPE, António Rodrigues.
"Uma pessoa com o mínimo de conhecimentos e formação nesta área não se aproxima dos tubos nem nunca espreita", explicou António Rodrigues.
O presidente da ANEPE explicou que em Portugal "existe pouca legislação" a regular o setor mas adiantou que "existem instruções de utilização deste material produzida pela própria associação que descreve os procedimentos, mínimos, a ter no manuseamento destes explosivos".
Os dispositivos de lançamento são colocados numa zona vedada por fita sinalizadora é recomendado que, após o lançamento, seja respeitado um período entre 15 a 20 minutos, no mínimo, para uma aproximação aos tubos do fogo de artifício.
António Rodrigues adiantou que "são dispositivos mais seguros" que os foguetes tradicionais e que, por ano, ocorrerão "menos de meia dúzia deste tipo de acidentes".
"Ocorreram mais acidentes quando há cerca de 10 anos se fez a transição do foguete tradicional para este material. É um artigo pirotécnico mais seguro logo á partida por garantir uma distância entre o operador e o fogo, que pode ser iniciado a vários metros ou até quilómetros, por via eletrónica", explicou.
Segundo António Rodrigues a formação para o manuseamento deste material "é assegurando pelas empresas fabricantes, bem como a emissão da respetiva credencial de lançador de fogo de artifício".
"Cabe à PSP confirmar a credenciação emitida pelas empresas fabricantes", frisou.
Vítimas não integravam equipa da visita pascal
As vítimas do rebentamento de um engenho pirotécnico não integravam a equipa que fazia a visita pascal, ao contrário do inicialmente avançado pela GNR, informou o pároco local.
O padre Rodolfo Ferreira disse à Lusa que "nenhum dos elementos da equipa" do compasso fiscal sofreu qualquer ferimento.
Licença para lançar engenho pirotécnico era para outro local
A empresa responsável pelo engenho pirotécnico tinha licença para efetuar o lançamento, mas para um local diferente, avançou à Lusa fonte policial.
Segundo a GNR, a licença emitida destinava-se ao lançamento de fogo de tubos na zona da igreja de Constance, mas o incidente ocorreu no jardim de uma habitação do lugar do Ladário, a algumas centenas de metros.
Também segundo a autoridade policial, o rebentamento que provocou o incidente foi precedido de várias explosões de "balonas", engenhos que substituíram recentemente os tradicionais foguetes de cana.
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