Casamentos legalizam imigrantes.
Mulheres portuguesas em dificuldades económicas eram o principal alvo de uma rede de organização de casamentos fictícios para legalizar imigrantes no espaço europeu – sobretudo paquistaneses –, que vai ser julgada no Tribunal de Coimbra. As nubentes aceitavam casar com homens que viam pela primeira vez no dia do casamento a troco de quantias entre os 1500 e 3500 euros. Já os noivos tinham de pagar ao grupo criminoso valores entre os 7 e os 10 mil euros.
Em causa neste processo estão 30 casamentos celebrados entre o início de 2007 e fim de 2008 em conservatórias de Norte a Sul do País. Entre os 18 arguidos está uma funcionária da Conservatória do Registo Civil do Porto, acusada de receber envelopes com dinheiro – não inferior a 250 euros cada – para que "a celebração de determinados casamentos se processasse de forma expedita e sem qualquer tipo de dificuldade".
Com a sua ajuda o grupo terá conseguido realizar casamentos de um dia para o outro. Há casos referidos na acusação em que esta arguida aconselhava as mulheres a "disfarçar" e a "decorar o nome do futuro marido". E quando chegava o momento de os noivos se beijarem, em plena cerimónia, era ela quem justificava a ausência de tal cumprimento – alegando que a religião muçulmana do noivo não permitia aquela manifestação pública de afeto.
Os restantes arguidos são quatro homens paquistaneses, doze mulheres portuguesas e uma brasileira. Segundo a acusação, cada membro do grupo tinha tarefas bem definidas e era remunerado consoante a função.
Havia um grupo que se dedicava em exclusivo a angariar mulheres para fazerem parte do esquema como nubentes.
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