Catarina Cascarrinho
JornalistaDébora Carvalho
Jornalistadas cinco pessoas acusadas de envolvimento no homicídio de Jéssica, a menina de três anos assassinada em junho do ano passado, está marcada para esta quinta-feira.
Entre os arguidos estão Inês Tomás, a mãe da menina, Tita, a ama de Jéssica, Justo e Esmeralda, marido e filha de Tita, respetivamente.
Padrasto de Jéssica vai ser ouvido em tribunal
O padrasto de Jéssiva vai ser esta quinta-feira ouvido em tribunal. À chegada, Paulo Amâncio não quis prestar declarações aos jornalistas.
Para além do Padrasto serão ouvidos vizinhos e uma amiga da mãe da menina.
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Avô materna de Jéssica sai a chorar compulsivamente da sala
Rosa Tomás disse à chegada ao tribunal que não conhece nenhum dos arguidos.
A mulher chorou compulsivamente já dentro da sala, onde referiu que não vai prestar declarações.
Paulo Amâncio recusa falar em tribunal
O padrasto de Jéssica disse que conhece de vista Tita e Esmeralda, ambas arguidas na morte da menina. O homem, que teve uma relação durante nove meses com a mãe da menor, disse que não vai prestar declarações já que não tem advogados e que está ali "à toa".
O juiz realçou que Paulo Amâncio "não está a ser julgado" e que pode remeter-se ao silêncio, já que teve uma relação próxima com a mãe da menina.
Mãe de Jéssica chora antes de ouvir chamada de emergência ao CODU
Em tribunal ouve-se a chamada de emergência ao CODU. Inês Tomás chora antes de ouvir a gravação e o juiz alerta que nesta se ouvem gemidos da menina.
"A menina estava nas colónias, está com problemas, foi ao psicólogo e deram-lhe atarax e ela não acorda", ouve-se Inês dizer. Durante a chamada, também é possível ouvir a mãe da menina e o padrasto a discutirem.
Após várias perguntas do CODU sobre o estado da menina, Inês revela que "o coração está a bater muito forte". Mais tarde diz ainda que afinal a filha "não estava nas colónias de férias, ela estava numa ama, bateu hoje com a cabeça".
"Ela está toda marcada, não sei se ela lhe bateu", disse ainda a mãe de Jéssica durante a chamada, onde revelou que achava que a filha apresentava sinais de violência.
Juiz lê declarações de Justo feitas em tribunal
O juiz lê as declarações de Justo e Eduarda para que os outros arguidos possam ouvir.
Justo confirmou em tribunal que a menina esteve cerca de cinco dias em casa da ama e que chegou lácom a mãe. O homem disse ainda que não estava em casa e que não via a menina.
O arguido disse que não viu lesões na criança, com a exceção de uma ferida na zona da boca, resultado da queda de uma cadeira. Referiu que nunca ouviu a menina gritar, nem viu qualquer agressão a Jessica
Depoimento de filho de Tita e Justo relembrado em tribunal
Já Eduardo Montes, filho de Justo e Tita, nega todos os factos que lhe são imputados. Disse que esteve fora do País durante o tempo em que a menina esteve na casa dos pais e que a tinha visto dois ou três meses antes.
Os filhos de Eduardo não visitam muito a casa dos avós por causa das condições e o homem referiu que que tem mais confiança no pai, do que na mãe e em Esmeralda.
Quanto à droga, o homem diz que nunca consumiu com Alexandrino, o pai de Jéssica.
Eduardo disse ainda que conhece Inês por ser amiga da mãe e da irmã.
Veem-se fotografias tiradas em casa da família Montes
Na sessão de julgamento são mostradas imagens da casa da família Montes, que foram tiradas durante uma inspeção da PJ.
Nas imagens veem-se as escadas, álcool, betadine e coisas no chão da sala atrás de um sofá. Há ainda fotografias dos quartos, da varanda e da casa de banho e é possível perceber-se que se trata de uma casa com poucas condições.
Há ainda fotografias de manchas de sangue.
Foi ainda feita pela PJ uma segunda inspeção à casa de Tita e Justo. O juiz pergunta se o isqueiro que aparece numa fotografia é de Justo, que diz que não sabe.
Existem fotos de tesouras e de alicates dentro dos bolsos de um casaco masculino. Quando confrontado pelo juiz se o casaco lhe pertencia, Justo diz que nuca o tinha vestido. "Se está na minha casa é meu", referiu. O homem não sabe explicar a origem dos objetos.
Há também imagens que mostram cabelos espalhados pela casa, uma tomada com manchas e roupa de criança. Foi ainda detetado sangue em dois baldes.
Mãe de Jéssica chora ao ver fotografias do quarto onde a filha dormia
Em tribunal são agora mostradas fotografias da inspeção feita pela PJ à casa da mãe e do padrasto de Jéssica.
Há muitas fotografias do quarto onde a menina dormia e de roupa de criança suja. Inês está a chorar a ver as fotografias.
A sessão foi suspensa e vai ser retomada às 14h30.
Recomeça a sessão.
Testemunha diz que conhecia Jéssica e que a menina "ia todos os dias ao café"
Francisco da Silva é a primeira testemunha a ser ouvida. O homem refere que não conhece nenhum dos arguidos, mas que conhecia a menina que "ia todos os dias ao café".
"Ela brincava com uma senhora, era muito simpática", afirmou Francisco.
Quando questionado sobre a última vez que viu Jéssica, o homem afirma que foi num dia em que saiu "do café às 16/17 horas". "Nesse dia foi a primeira vez que vi a menina ao colo da mãe", disse Francisco da Silva, que acrescentou que "a menina ia vestida nos braços da mãe" e que achou "que ela estava a dormir".
"Vi a menina e dois ou três dias vi nas televisões que ela tinha morrido", afirmou ainda a testemunha.
"Eu ouvi a Esmeralda a dizer, a Inês ou paga-me a bem ou paga-me a mal", afirma testemunha
Uma nova testemunha, afirma que conhecia de vista os arguidos. "Conhecia a menina, mas não tinha muita ligação com ela", afirmou a mulher.
"Eu ouvi a Esmeralda a dizer, a Inês ou paga-me a bem ou paga-me a mal", afirmou a testemunha. Ao ouvirem isto, Tita e Esmeralda exaltam-se e negam tudo. O juiz pede silêncio.
A mulher refere ainda que "estava agressiva quando disse isso". No entanto, afirma que nunca viu Inês com Tita e Esmeralda, que chegou a ver as arguidas com uma menina, que não era Jéssica.
Testemunha viu Jéssica com ferimentos e Inês garantiu que a menina tinha caído
Sandra Gomes está a ser ouvida no tribunal. A mulher só conhece Inês, porque esta frequentava o café em que a testemunha trabalha.
"A menina ia ao café com a mãe dela. [...] menina andava sempre de um lado para o outro. Era uma criança muito mexida, tinha muita vida", afirma a testemunha.
A mulher diz que viu a menina pela última vez no café "numa segunda-feira talvez" e que Inês afirmou que a filha ia "para uma colónia de férias".
"A menina ia com uma mochilinha às costas. Estava toda feliz a dizer: Sandra vou para a colónia de férias. Nessa manhã ela foi lá tomar o pequeno almoço, a menina despediu-se, deu-me um abracinho e foi embora", conta a mulher.
A testemunha admite que chegou a ver Jéssica com ferimentos, num dia em que a menina apareceu com nódoas negras. Sandra perguntou a Inês, que lhe disse que a filha tinha caído.
A testemunha notou que a menor "estava esquisita, estava triste, dorida". No mesmo dia, Inês voltou ao café com a menina e mostrou mais ferimentos que a criança tinha. Jéssica "estava com uma dentada no braço, toda negra, levantou a saia e estava negra". Inês recusou ir ao hospital, porque depois lhe tirariam a menina por "maus tratos".
Sandra Gomes afirma que não pode ter sido Inês Tomás a maltratar a filha, porque "não estava com a menina nesses dias".
Reproduzido o primeiro interrogatório de Justo
Em tribunal é reproduzido o primeiro interrogatório de Justo, a 24 de junho. Nessa altura, o arguido disse que a menina tinha estado na casa da família "há m mês" e que lá tinha ficado "4, 5 ou 6 dias".
Justo revelara que tinha ido comprar coisas para a neta, quando lhe disseram que Jéssica estava caída.
"Ligámos para a mãe dela e ela disse ‘ah eu vou aí amanhã’". O homem dissera também, no primeiro interrogatório, que Jéssica dormia com Esmeralda e a filha e que as meninas não saiam de casa.
O arguido afirmou que era Tita quem alimentava Jéssica e que a Inês "só lhe dizia bom dia, boa tarde, mais nada".
Questionado sobre se alguma vez tinha visto a filha ou a mulher a agredirem Jéssica respondeu que "não, nada nada nada".
Termina a sessão de hoje. O julgamento prossegue a 4 de julho.
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